Tem passagem da Avianca para 2019? Saiba se é melhor esperar ou desistir
Quem comprou passagem aérea pela Avianca para viajar em 2019 deve ficar atento aos próximos passos do processo de recuperação judicial da empresa. Apesar de continuar operando, há o risco de a empresa perder parte de sua frota de aviões.
Mas como ficam os clientes? Se a empresa não fizer o voo, é possível trocar a passagem na hora em outra companhia? Recebe o dinheiro de volta? É melhor esperar ou desistir da passagem? Quais os riscos? Veja a seguir algumas possibilidades, segundo especialistas.
Avianca pode perder aviões?
Na última quinta-feira (13), o juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, deu prazo até 14 de janeiro para a Avianca e a arrendadora de aeronaves Constitution Aircraft Leasing entrarem em um acordo sobre a dívida dos aviões cedidos à companhia aérea.
Se não houver acordo, ao menos dez aviões podem ser retomados, o que diminuiria a frota da Avianca, de acordo com Fabiana Solano, sócia do departamento de reestruturação do Felsberg Advogados. "Isso pode afetar a qualidade dos serviços prestados. A possibilidade de reduzir voos é real", afirmou.
Há risco de a empresa falir?
Com o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça, a Avianca precisa apresentar um plano de resgate, que deverá ser votado pelos credores em até 180 dias, de acordo com Fabiana.
Se o plano for rejeitado, é decretada falência da empresa. Se aprovado, a recuperação judicial segue por mais dois anos, segundo a especialista.
É um momento de incerteza sobre a capacidade financeira e operacional da empresa.
Fabiana Solano, do Felsberg Advogados
Avianca pode ser vendida?
Com a publicação da Medida Provisória que libera que empresas estrangeiras detenham até 100% do capital de companhias aéreas brasileiras, o caminho ficou aberto para que grupos de fora possam comprar a Avianca, mesmo sob a recuperação judicial.
Nesse caso, segundo Fabiana, a empresa compradora pegaria somente a "parte boa" da Avianca, o que exclui as dívidas. "Poderia ser feito um acordo com as empresas de leasing para manter os aviões. Assim, os passageiros teriam mais garantias quanto à prestação do serviço", declarou.
É melhor esperar ou desistir da passagem?
Quem pagou ou está pagando em prestações para viajar pela Avianca em 2019 tem a opção de cancelar a passagem. No entanto, o consumidor poderá pagar uma multa pela desistência dependendo do tipo de passagem adquirida, segundo Sérgio Tannuri, advogado especializado em direito do consumidor.
No caso de passagens básicas ou promocionais, que são mais baratas, pode ser que não haja nenhum reembolso. Para tarifas superiores (aquelas que dão mais direitos e comodidades ao consumidor), pode haver devolução integral do valor pago.
Tannuri afirmou que a Avianca tem condições de atender aos clientes e, por isso, o consumidor não deve se desesperar. "Cancelar agora é mau negócio", declarou.
Vou conseguir outra passagem ou receber dinheiro de volta, se a empresa quebrar?
Em caso de a Avianca ir à falência, quem pagou ou estava pagando para viajar entra na fila de credores, segundo Marcus Matteucci, sócio da área contenciosa do Felsberg Advogados. "O fato de serem consumidores não lhes dá privilégio [para receber o dinheiro de volta]", declarou.
Também não há como conseguir uma mudança grátis de passagem para outra companhia, em caso de falência. O passageiro teria de comprar um outro bilhete. Os riscos são o preço muito mais alto e a possibilidade de não haver passagens para o destino em cima da hora.
O advogado disse que os consumidores seriam os últimos a serem pagos em caso de falência, depois dos funcionários da empresa, do governo e outros credores com garantias, como no caso de bens e imóveis com hipoteca.
Na prática, é muito difícil o consumidor ser ressarcido. Numa falência, nem todo mundo é pago.
Marcus Matteucci, do Felsberg Advogados
Preciso entrar na Justiça se a empresa falir?
Na hipótese de a Avianca ir à falência, a empresa deve apresentar à Justiça uma lista com todos os seus credores e o quanto é devido a cada um, de acordo com Matteucci. Porém, muitas vezes nem todos os nomes são incluídos na lista.
Nesse caso, segundo o advogado, o consumidor pode pedir na Justiça a inclusão de seu nome na lista de credores. No entanto, não há garantias de que ele vai receber o dinheiro de volta.
Para o advogado Tannuri, é importante o consumidor guardar todos os documentos, emails e comprovantes da compra da passagem. "Numa eventualidade, o cliente pode utilizar esses documentos para pedir reembolso ou entrar com ação na Justiça", afirmou.
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