Poupança perde R$ 11,2 bi em janeiro, pior resultado para o mês em 3 anos
A caderneta de poupança perdeu R$ 11,232 bilhões em janeiro, pior resultado para o mês em três anos, desde 2016 (-R$ 12,032 bilhões), divulgou o Banco Central nesta quarta-feira (6).
No mês passado, os saques superaram os depósitos em R$ 9,406 bilhão no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Na poupança rural, por sua vez, os saques superaram os depósitos em R$ 1,826 bilhão.
As retiradas em janeiro refletem, em grande parte, a necessidade de recursos para pagar despesas típicas de começo de ano, como IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares. Janeiro já é, tradicionalmente, um mês em que as famílias retiram recursos da caderneta, sendo que muitas vezes a origem do dinheiro é o 13º terceiro salário pago em dezembro.
A diferença é que os R$ 11,232 bilhões líquidos retirados da caderneta em janeiro deste ano são mais que o dobro do montante registrado em janeiro de 2018 (R$ 5,201 bilhões).
Considerando os rendimentos de R$ 2,940 bilhões na poupança em janeiro, o saldo global da caderneta chegou aos R$ 788,989 bilhões. No fim de 2018, este saldo estava em R$ 797,281 bilhões.
Recuperação da poupança
Em função da crise econômica, a caderneta registrou saídas líquidas em 2015 e 2016, mas iniciou um processo de recuperação no ano seguinte. Em 2018, em meio à relativa retomada do emprego e da renda, a poupança fechou o ano com captação líquida de R$ 38,26 bilhões.
Esta procura maior pela poupança no ano passado ocorreu apesar de a rentabilidade ser, atualmente, inferior à vista em anos anteriores. Hoje a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está próxima de zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros da economia). A Selic, por sua vez, está em 6,5% ao ano desde março de 2018. Na noite desta quarta-feira, o BC anunciará o novo patamar da Selic, mas a tendência é de que a taxa não mude.
Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,5% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Esta remuneração, mais elevada, deixou de valer em setembro de 2017, quando a Selic passou para abaixo do nível de 8,5%.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)
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