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Bancos estão de olho em recursos da capitalização da nova Previdência

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

21/02/2019 15h02

Os bancos e gestoras de investimento estão otimistas com a aprovação da reforma da Previdência e aguardam "ansiosamente" a implementação das medidas, afirmou Carlos Ambrósio, presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

As instituições estão particularmente de olho no processo de capitalização das aposentadorias, quando os trabalhadores passarão a contribuir em contas individuais com objetivo de acumular para a própria aposentadoria. A expectativa é que o governo abra espaço para as instituições administrarem os recursos de Previdência dos trabalhadores.

"Acreditamos que poderemos contribuir significativamente com a reforma da Previdência quando ela alcançar o segundo passo, que é o regime de capitalização", disse Ambrósio em almoço com jornalistas na sede da entidade nesta quinta-feira (21).

"A reforma é necessária e está sendo construída com objetivo de eliminar distorções do sistema. Haverá ajustes na proposta. Mas esperamos que seja aprovada o mais rápido possível. Estamos aguardando ansiosamente", declarou o executivo.

Proposta 'acima das expectativas do mercado'

O economista-chefe do Bradesco e membro da Ambima, Fernando Honorato, destacou que a proposta apresentada pelo governo ficou acima das expectativas do mercado.

"Nós temos um comitê de economistas que se reúne sempre às vésperas da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Na última reunião, nós trabalhávamos com um número entre R$ 800 bilhões e R$ 900 bilhões de economia nas despesas do governo com a Previdência. A proposta apresentada vai bem além disso, chega a quase R$ 1,2 trilhão."

Na avaliação da Anbima, a aprovação da reforma da Previdência deverá abrir uma grande janela para entrada de investimentos estrangeiros no país e captação de recursos pelas empresas. A expectativa é que a Bolsa de Valores receba cerca de 30 ofertas de ações ao longo do segundo semestre, a depender do ritmo de tramitação da proposta no Congresso.

Entenda a proposta de reforma da Previdência em 10 pontos

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