Brasil precisa de juros baixos e concorrência, diz indicado a diretor do BC
Em sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, João Manoel Pinho de Mello, indicado para a diretoria de Organização do Sistema Financeiro do BC (Banco Central), afirmou hoje que o Brasil precisa de juros baixos e maior concorrência bancária.
"O sistema financeiro deve dar acesso a crédito a juros baixos. Para isso, é essencial que o risco de conceder empréstimos seja baixo e que haja forte competição entre os credores. A taxa de juros é alta sempre que o risco de conceder crédito for alto. A experiência brasileira é prova cabal dessa afirmação", disse.
Ele declarou que o crédito consignado é um exemplo de sucesso na redução dos juros no Brasil. Pinho de Mello também disse que a duplicata eletrônica e o cadastro positivo são exemplos de projetos aprovados pelo Congresso que contribuirão para a redução de juros.
"Mas dar segurança tampouco basta. É preciso que haja competição acirrada entre os credores. Sem competição, a queda no custo de conceder empréstimos advinda da redução do risco é apropriada pelos credores, e acaba beneficiando pouco os consumidores e os que fazem investimentos produtivos", disse.
Segundo Pinho de Mello, há quatro maneiras de fomentar a concorrência no setor financeiro. A primeira, disse ele, é dar segurança às garantias e democratizar informações sobre os clientes bancários. A segunda é acompanhar com lupa os atos de concentração, como a compra de bancos que reduz o número de competidores.
"A terceira maneira de aumentar a concorrência é incentivando a entrada de novos concorrentes no mercado financeiro, de novos provedores de serviços financeiros para um público diversificado, que gerem oferta adicional de serviços financeiros e mais competição com os fornecedores tradicionais", declarou.
Ele também afirmou que a quarta maneira de fomentar a concorrência no setor bancário é garantir que o mercado se aproveite dos avanços tecnológicos
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