Juro do cheque especial sobe para 318%; rotativo do cartão vai a 295,5%
Os juros do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial subiram de janeiro para fevereiro, mas caíram em relação a fevereiro de 2018. As taxas continuam num patamar elevado. No caso do cheque especial, os juros encostam em 318% ao ano. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros do país (Selic) está em seu menor patamar histórico, a 6,5% ao ano.
Em média, os juros do rotativo passaram de 286,9% ao ano em janeiro para 295,5% em fevereiro. Em fevereiro de 2018, a taxa média era de 331,7% ao ano.
No cheque especial, os juros subiram de 315,6% ao ano em janeiro para 317,9% no mês passado. Em fevereiro de 2018, era de 324,1%.
Os dados foram divulgados hoje pelo Banco Central. Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Confira a variação das modalidades de crédito:
- Rotativo do cartão de crédito: de 286,9% ao ano em janeiro para 295,5% ao ano em fevereiro
- Cartão de crédito parcelado: de 163,1% ao ano em janeiro para 170,5% ao ano em fevereiro
- Cheque especial: de 315,6% ao ano em janeiro para 317,9% em fevereiro
- Crédito pessoal não-consignado: de 116,4% ao ano em janeiro para 122,5% ao ano em fevereiro
- Crédito pessoal consignado: mantida em 24,2% ao ano em fevereiro
- Compra de veículos: de 22,4% ao ano em janeiro para 22% ao ano em fevereiro
- Financiamento imobiliário: de 8,3% ao ano em janeiro para 7,7% ao ano em fevereiro.
Cheque especial
Desde julho do ano passado, quem usar mais de 15% do limite do cheque especial por 30 dias seguidos deve ter acesso a uma linha de crédito mais barata para parcelar o valor.
A medida foi anunciada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em abril de 2018. A entidade diz que cada banco pode definir qual alternativa oferecer.
Novas regras do cartão
Em relação ao uso do cartão, o consumidor pode usar o rotativo por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual o cliente define o número de prestações na hora da aquisição. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim, altos.
Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa "bola de neve".
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