Inflação acelera a 0,75% em março; em 12 meses, é de 4,58%
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial no país, foi de 0,75% em março, após alta de 0,43% em fevereiro. A taxa é a maior para um mês de março desde 2015 (1,32%).
No acumulado de 12 meses, o IPCA teve alta de 4,58%. O resultado está dentro do limite da meta do governo, de manter a inflação em 4,25% no ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, pode variar entre 2,75% e 5,75%. As informações foram divulgadas hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A variação acumulada no ano foi de 1,51%, a maior para o período desde 2016 (2,62%).
Alimentação, bebidas e transportes puxaram índice
Segundo o IBGE, o resultado de março foi fortemente influenciado pelos aumentos nos preços de alimentação e bebidas (1,37%) e transportes (1,44%). Esses dois grupos responderam por 80% do índice do mês.
Entre os alimentos, foram destaques de alta:
- tomate (+31,84%)
- batata-inglesa (+21,11%)
- feijão-carioca (+12,93%)
- frutas (+4,26%)
Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, em razão de problemas na safra e dos estoques baixos, o preço do feijão carioca mais que dobrou no primeiro trimestre, a maior alta desde o Plano Real para esse período. "São produtos importantes na mesa do brasileiro e que têm grande peso no índice de inflação", afirmou.
Alta de combustíveis pesou em março
A pesquisa do IBGE também apontou alta de 1,44% nos preços dos transportes em março, puxada pelo aumento de 3,49% nos combustíveis. Veja as variações:
- gasolina (+2,88%)
- etanol (+7,02%)
- passagens aéreas (+7,29%)
- ônibus urbanos (+0,90%)
Juros x inflação
Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.
Em março, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).
A inflação oficial de 2018 foi de 3,75%, dentro da meta do governo. Para 2019, economistas consultados pelo Banco Central estimam inflação de 3,9%.
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