Haddad critica reforma e diz que Bolsonaro é 'persona non grata' no mundo
Após criticar a reforma da Previdência no palco erguido no vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, para a comemoração do dia do trabalhador, Fernando Haddad, ex-prefeito da capital e que foi candidato a presidente pelo PT no ano passado, condenou o que chamou de "desgoverno" do presidente Jair Bolsonaro.
"A comunidade internacional não quer mais recebê-lo. Ele é uma persona non grata no mundo inteiro. Em função dessa agenda de agressões gratuitas e sem resultado prático nenhum. Uma família desajustada, sem núcleo, filho brigando com pai, uma confusão. E, em vez de a gente enfrentar os desafios que são colocados... então, é uma situação muito complicada", disse.
"São 120 dias de governo. Uma parte da população, com razão, nutre esperança. Mas os mais pobres já estão praticamente desistindo desse governo, porque ele não dialoga com os anseios de quem está querendo trabalhar e estudar", afirmou.
Organizado por dez movimentos sindicais, o evento começou por volta das 10h com discursos de sindicalistas e apresentações musicais. Segundo os organizadores, cerca de 1,5 milhão de pessoas participam do ato. A Polícia Militar não estimou o número de pessoas presentes.
Referências a Lula e Venezuela
Vestindo uma camiseta vermelha com o rosto do ex-presidente Lula estampado, Haddad foi o nome mais aplaudido ao ser anunciado ao público no início da tarde.
"É a mesma agenda econômica: corte de direito social, trabalhista e previdenciário. Não tem nada de diferente do que era praticado pelo [ex-presidente Michel] Temer, com os resultados já conhecidos", afirmou.
"Nós queremos que o brasileiro tenha um livro numa mão e uma carteira de trabalho assinada na outra. É um governo antipopular. Não posso deixar de lembrar de Luiz Inácio Lula da Silva, preso há mais de um ano. Queremos que Lula esteja entre nós lutando pelos direitos neste país", complementou.
Haddad comentou, ainda, os conflitos que ocorrem na Venezuela. "A esquerda é contra qualquer tipo de intervenção militar, nós sempre fomos contra. A esquerda democrática nunca abriu mão da paz como princípio, da autodeterminação dos povos como princípio."
Lambendo a bota de Trump, diz Boulos
Guilherme Boulos, que disputou a Presidência da República no ano passado pelo PSOL, também esteve no evento e fez críticas ao atual governo.
"Demoraram quatro meses desse desgoverno. Já em quatro meses a farsa começou a ser desmontada. Diziam que era Brasil acima de tudo, e vimos Bolsonaro ir para os EUA lamber a bota do Trump. Tudo isso para aprovar um projeto que é contra o povo. É a destruição da Previdência pública no Brasil", afirmou.
"Com muita unidade, nós vamos barrar essa reforma da Previdência", declarou Boulos.
Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, citou a reforma trabalhista, aprovada ainda no governo Temer. "Dizem que sem a reforma da Previdência, o Brasil vai quebrar. Vocês se lembram da reforma trabalhista? Não gerou nenhum emprego novo. Essa reforma é uma enganação".
Ausência de Ciro Gomes
Boulos lamentou a ausência de Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência nas últimas eleições. "O Ciro deveria estar aqui. Pena que não pode vir, seria muito importante", disse.
Segundo a organização, Ciro havia confirmado presença no evento, mas cancelou a participação. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que o ex-ministro precisou acompanhar o filho mais novo em exames médicos, mas admitiu que o motivo da ausência é político.
"Ele achou oportuno não vir. Isso é um ato dos trabalhadores e dos sindicatos. Como ele foi candidato a presidente, poderia parecer eleitoral", disse Lupi.
Lupi negou que o motivo da ausência de Ciro seja a presença do PT. O ex-presidenciável do PDT tem adotado uma estratégia de seguir um caminho separado dos petistas. "Participo de vários atos com o PT", disse o dirigente.
Sem citar o evento, Ciro Gomes usou o Twitter para se manifestar neste 1º de maio.
(Com Estadão Conteúdo)
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