Oposição pede até "faixa em carroça" em pressão de sindicato contra reforma
Na semana em que pode ser votado o relatório da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma da Previdência, a oposição se reuniu com as centrais sindicais e pediu que elas aumentem a pressão popular contra o projeto do governo Jair Bolsonaro (PSL). O foco é tentar jogar as votações para o segundo semestre e, com isso, ganhar tempo para converter deputados hoje favoráveis à reforma.
A previsão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é aprovar o relatório até quinta-feira (27) e levá-lo a plenário até a segunda semana de julho.
Faixa em carroça
"A gente, em Minas [Gerais] está usando faixa até em carroça. Às vezes o menos é mais. É faixa em carroça, no bairro, é pressão na base eleitoral do deputado. Essa pressão pelo adiamento é fundamental. Ir a plenário no segundo semestre é muito importante" disse a líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), durante a reunião.
O encontro aconteceu hoje, em Brasília, com dirigentes de PT, PDT, PCdoB, PSOL e PSB e líderes das principais centrais sindicais: CUT, CTB, Força Sindical, entre outros.
Os partidos querem que as centrais se mobilizem em peso para realizar atos pelo país e fazer pressão nas bases dos parlamentares favoráveis à reforma.
Entre as sugestões aos sindicalistas estão placas e faixas em aeroportos, bairros, bases eleitorais espalhadas pelo país e no boca-a-boca.
"A reunião buscou avaliar o relatório [da Previdência]. E, na nossa opinião, ele reforça um abismo social. Em um estágio de crise política, econômica e social, apostar num documento que vai levar o povo a uma maior vulnerabilidade é permitir que o povo pague o ônus da crise", disse o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo.
Na conta do líder do PSOL, Ivan Valente, a oposição conta com cerca de 130 votos. Para barrar a PEC, precisa conquistar 80 deputados. Nessa conta, almejam impedir os 308 votos necessários para aprovar a PEC. Na Câmara, há 513 cadeiras, no total.
Obstrução
Apesar de não dificultar a discussão do projeto na comissão especial, que acontece desde semana passada, a oposição quer obstruir a votação do texto.
O deputado José Guimarães (PT-CE) disse que a oposição vai tentar atrasar ao máximo a votação do texto. "Vamos fazer o que pudermos para que isso fique para o segundo semestre", disse.
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