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Com menos voos sem Avianca, aviões ficam mais cheios e ocupação é recorde

Aeroporto de Congonhas, em São Paulo - Vinícius Casagrande/UOL
Aeroporto de Congonhas, em São Paulo Imagem: Vinícius Casagrande/UOL

Vinícius Casagrande

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/07/2019 12h03

Com o fim das operações da Avianca Brasil, a oferta de voos domésticos no país caiu 9,2% em junho, em relação ao mesmo mês do ano passado, e atingiu o nível mais baixo desde junho de 2010, segundo dados divulgados hoje pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). Foi o terceiro recuo consecutivo na oferta.

A procura de voos por passageiros também caiu, mas em um ritmo mais lento, de 2,67% na mesma comparação. Como a queda na procura de passageiros foi menor do que a da oferta de assentos, os aviões passaram a voar mais cheios. O índice de ocupação das aéreas foi de 81,76%, recorde histórico para o mês de junho.

A crise da Avianca Brasil fez com que a Gol tivesse alta de 8,76% no número de passageiros, enquanto a Latam teve crescimento de 7,12% em junho. A Gol teve índice de ocupação de 84,31%, e a Latam registrou ocupação média de 78,8%.

Em recuperação judicial desde dezembro, a Avianca Brasil começou a cancelar diversos voos em abril. A situação piorou em 24 de maio, quando a empresa teve suas operações suspensas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) por questões de segurança. Antes da crise, a Avianca Brasil respondia por 14% do mercado brasileiro.

Dados não incluem a Azul

A Abear não divulgou os números da Azul porque a empresa deixou a associação após uma disputa com Latam e Gol pelos espaços deixados pela Avianca Brasil no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

A Azul alega que as concorrentes participaram do leilão da Avianca Brasil para impedir o crescimento da Azul em Congonhas.

Ontem, porém, a Anac decidiu alterar as regras de distribuição dos voos da Avianca Brasil, e a Azul deve ser a principal beneficiada.

No ano, menos voos e mais passageiros

No acumulado do ano, o Brasil vinha registrando alta na oferta de voos até maio. A queda acentuada em junho inverteu essa tendência. Com isso, a oferta de voos domésticos do primeiro semestre do ano caiu 1,43%, em relação ao mesmo período do ano passado.

O número de passageiros transportados, no entanto, ainda permanece em alta de 1,54%. Nos primeiros seis meses do ano, foram 45,5 milhões de passageiros. São 691 mil viajantes a mais do que no mesmo período de 2018.

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