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Ideia de 4 meses sem salário partiu da Secretaria Especial de Previdência

Antonio Temóteo e Guilherme Mazieiro

Do UOL, em Brasília

23/03/2020 15h55

A proposta de suspender os contratos de trabalho por quatro meses, sem o pagamento de salários, partiu da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, segundo apurou o UOL.

Esse trecho constava na MP (Medida Provisória) nº 927, publicada na noite de domingo (22). Após a repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) determinou que esse ponto fosse retirado do texto enviado ao Congresso Nacional.

A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho é comandada por Bruno Bianco, que foi às redes sociais defender a medida, após uma enxurrada de críticas de trabalhadores, parlamentares e integrantes do próprio governo. O UOL procurou a secretaria e não teve resposta até a publicação deste texto.

Medida não havia sido comentada antes

Na última semana, Bianco anunciou diversas medidas que afetariam a vida dos trabalhadores. Afirmou, por exemplo, que o governo autorizaria a redução da jornada de trabalho e dos salários. Entretanto, ele não fez qualquer menção a suspender contratos de trabalho e salários.

A equipe econômica tem sido pressionada pela ala política do governo, por empresários e por parlamentares a custear os salários dos trabalhadores da iniciativa privada. Entre as medidas em estudo estariam suspender os contratos de trabalho e liberar o pagamento do seguro desemprego por três meses.

Parlamentares se disseram surpresos

Parlamentares que acompanham as negociações disseram que ficaram surpresos com a proposta publicada pelo governo. Segundo eles, o que estava na mesa era a proposta de suspensão dos contratos, mas com alguma garantia de renda aos trabalhadores.

"Ninguém entende nada. Foi combinado uma coisa e publicada outra", disse um líder do centrão, grupo informal e majoritário da Câmara.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o texto, que chamou de capenga. "Até perguntei na equipe econômica se não sumiu em algum lugar da burocracia ou tiraram parte da medida provisória", declarou, em evento online do BTG Pactual.

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