Coronavírus: hotéis, bares e restaurantes demitem 4 mil no Distrito Federal
O Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) estima que mais de quatro mil funcionários da categoria já tenham sido demitidos.
"Nenhuma empresa, grande ou pequena, vai conseguir se manter com faturamento zero", disse o presidente.
O dado está sendo calculado desde o dia 19 de março, quando o Governo do Distrito Federal decretou que estabelecimentos comerciais, de qualquer natureza, inclusive shoppings, bares, restaurantes, lojas de conveniência, salões de beleza e centros estéticos permaneçam com as portas fechadas. A determinação vai até o dia 5 de abril.
A expectativa do Sindhobar é que até o fim do decreto, cerca de 11,2 mil trabalhadores tenham sido mandados embora. Segundo o presidente, as empresas estão reduzindo o quadro de funcionários pela metade.
"Estamos pedindo socorro. A situação não está fácil e pode piorar. Já pedimos para o GDF incentivos como o pagamento de água, luz e imposto, além de linha de crédito com juro zero para que os empresários consigam manter as portas abertas. Já para o governo federal, solicitamos a liberação de 75% do Fundo de Garantia Sobre Tempo de Serviço (FGTS) dos empregados. Se essa pandemia durar mais tempo que o esperado, muitos vão passar fome", pontuou Jael Antônio da Silva.
O UOL encontrou em contato com o Governo do Distrito Federal, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) informou que desde o início do fechamento das lojas montou uma força-tarefa para auxiliar todos os empresários que estão com dificuldade financeiras.
"Foi aberta uma linha de crédito através do BRB. Para se ter uma ideia, só na sexta-feira passada, mais de 500 empresários nos procuraram no sentido de conseguir empréstimo para cumprir os seus deveres do mês de março. Esperamos que até o final desse mês, a situação ainda se normalize. O problema maior será com relação ao mês de abril, onde os empresários não terão dinheiro nem para pagar os impostos", disse o presidente Francisco Maia.
Maia também aconselhou que a população do DF procure mercados e padarias menores. O objetivo é fazer com que esses comércios tenham vendas suficientes para não quebrarem.
"As lojas maiores estão tendo acesso aos créditos que estão sendo colocado à disposição. Se não dermos incentivo aos comércios menores, as lojas não vão sobreviver. Não vão conseguir bancar os seus empregados, e então a situação ficará muito mais caótica", disse o presidente.
Desespero tomou conta, diz garçom
O garçom Eduardo Oliveira, de 35 anos, contou que foi demitido dois dias após o decreto do GDF. Ele trabalhava em um bar localizado na Asa Sul, centro de Brasília, há seis meses.
"A única fonte de renda da minha casa sou eu. Ainda não sei o que fazer. Desespero tomou conta. Minha esposa vai fazer bolos e tentar entregar por delivery. Vamos pensando um dia de cada vez", disse o garçom.
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