Reabertura do comércio em SP seguirá disciplina da população, diz Meirelles
O secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, disse hoje que o processo de reabertura do comércio no estado e até de retomada da atividade industrial dependerá muito de como a população seguirá lidando com as medidas de isolamento social nas próximas semanas. A quarentena paulista por conta do coronavírus foi prorrogada até o dia 10 de maio.
"Um dos critérios para essa abertura vai depender da disciplina da população. Não só para si mesma, mas para os demais", afirmou Meirelles em entrevista à Globonews. Os índices de isolamento social em São Paulo vêm caindo nos últimos dias, como apontam dados do sistema de monitoramento do estado.
"Apenas no momento que tenhamos dados suficientes sobre determinada região ou setor nós vamos liberando isso gradualmente. Não há compromisso nenhum com datas específicas, esse ou aquele setor. Há para o início do processo", disse o secretário, se referindo à data final da quarentena.
Meirelles esclareceu que cada setor terá protocolos distintos de retomada. Ele citou áreas como a indústria, shoppings centers e até creches e escolas. "É um trabalho intenso, cuidadoso, baseado em dados científicos e na experiência de outros países. Países que já estão com a curva de contaminação mais avançada e podemos nos basear nessas experiências", explicou.
O secretário demonstrou preocupação com a chegada de recursos federais para ajudar os estados na retomada econômica. Meirelles lembrou que as federações não têm o mesmo poder de captação da união, já que também não podem se endividar.
"É importante que tenhamos um cuidado muito especial com a execução (das medidas federais). O sucesso de um plano é 50% estratégia, os outros são execução. O dinheiro sai mas tem que chegar na ponta. O estado não tem fonte própria de captação, como instituições públicas federais", disse.
Meirelles já havia reclamado ontem da demora na liberação de recursos. O secretário afirmou que São Paulo teria um aporte de R$ 1,5 bilhão para a retomada econômica, mas que essa quantia ainda não foi disponibilizada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
"Por razões não compreensíveis, o BNDES se recusou a fazer o repasse para o Banco Desenvolve São Paulo. O estado depende de repasses de recursos federais", disse o secretário. "Este é o momento de proteger empregos e salvar a economia, e não de fazer política."
Austeridade federal
Para Meirelles, a equipe econômica do ministro Paulo Guedes está no caminho certo na resposta à crise provocada pelo coronavírus, mas precisa garantir que as medidas de recuperação se encerrem neste ano. Assim, o país voltará a manter a austeridade fiscal já em 2021.
"É importante que seja no tempo (adequado). Não é só o quanto vai gastar. A despesa de retomada tem que se dar nesse período de crise e saída da crise. Proteção das empresas, proteção do emprego e retomada do crescimento. Depois temos que voltar a uma austeridade fiscal rígida porque senão teremos problema", comentou o secretário paulista.
Meirelles, inclusive, repetiu uma frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro no início da crise. "Esse tipo de discussão ficamos naquela frase antiga das cidades do interior: 'em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão'. É exatamente esse tipo de coisa que precisamos de muito consenso e uma capacidade de arbitrar as decisões (para evitar)", concluiu.
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