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FGV prevê desemprego de quase 18% e critica país 'sem liderança' na crise

Filas de desempregados no país já eram comuns meses antes da crise do coronavírus - Rovena Rosa/Agência Brasil
Filas de desempregados no país já eram comuns meses antes da crise do coronavírus Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

24/04/2020 12h17

Os efeitos da crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus no Brasil vão provocar uma "profunda recessão" segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). A previsão é que o desemprego chegue a 17,8% no ano. Além disso, a instituição prevê uma recuperação incerta, motivada pela falta de liderança na condução da crise.

"O impacto na economia deve ser profundo, como em outros países. Nossos estudos apontam queda de PIB da ordem de 3,5%, com o consumo das famílias recuando 4%, em 2020", diz o texto do Boletim Macro do Ibre na sua edição de abril. O estudo afirma ainda que, além da taxa de desemprego, a mais baixa desde o início da série histórica em 1981, a massa salarial e a massa total de renda terão neste ano o pior desempenho de suas medições pela instituição.

Já contando os programas de transferência de renda e auxílio emergencial que estão sendo colocados em prática pelo governo federal, a massa de rendimentos ampliada cairá 5,2%. Caso não fossem adotadas medidas de combate à crise, esse índice poderia chegar a 10,3% no ano.

Outra queda significativa de renda se dará no montante ganho pelos trabalhadores ocupados, que deve cair 14,4%. O recuo da população ocupada será de 6,6% e o rendimento médio efetivo terá queda de 8,6%.

Somados aos dados negativos, o instituto da FGV aponta que a incerteza no comando da crise deixa o futuro nebuloso ainda para uma possível recuperação econômica em 2021.

"A crise do covid-19 e a forma como se está lidando com ela, sem liderança e coordenação entre os poderes e os diversos níveis de governo, deixará uma herança ruim para quando a epidemia for controlada", diz o instituto.

"Além da profunda recessão e da lenta retomada da economia, que manterá o desemprego elevado por bastante tempo, teremos um quadro fiscal aterrorizante e uma descoordenação institucional que tornará muito difícil dar uma resposta adequada a estes desafios. Será um quadro de instabilidade política e econômica que dificilmente se resolverá até as eleições de 2022", prevê o boletim do Ibre.