Empresa do RS recontrata 45 funcionários demitidos no início da pandemia
Uma malharia gaúcha readmitiu 45 funcionários que haviam sido demitidos no início da pandemia do coronavírus. A recontratação ocorreu após aumento nas vendas online para lojistas e consumidores, contrariando as perspectivas da companhia.
Segundo a dona da empresa, Maria Anselmi, o aumento foi de 150% nas vendas para clientes individuais. Já no chamado atacado online, voltado às empresas, as vendas dobraram.
"Quando vimos aumento nas vendas online pensamos: 'vamos recontratar'. Eu penso que este é o momento de o empresário saber perder, de se reinventar. É preciso ter solidariedade, ajudar o próximo, porque nenhum governo vai nos ajudar. Quem tem condições tem que fazer esforço maior para segurar o emprego", disse ela.
A empresa tem cerca de 400 funcionários, trabalhando em sete lojas e três fábricas no Rio Grande do Sul: em Farroupilha, Alto Feliz e Feliz.
Com a pandemia, 45 funcionários que estavam em contrato de experiência foram desligados em 19 de março. O restante dos trabalhadores foi colocado em férias coletivas. Apenas os gerentes das sete lojas continuaram trabalhando, além dos empregados ligados ao e-commerce.
Quem estava em férias coletivas voltou a trabalhar em 22 de abril, junto com os 45 recontratados. Apenas dois demitidos não retornaram, pois conseguiram outro emprego. Os funcionários voltaram em meio a uma nova realidade: usando máscaras, com a temperatura do corpo sendo monitorada e evitando aglomerações, principalmente no refeitório.
Segundo a proprietária da empresa, as demissões foram tomadas em um momento de apreensão.
Desde agosto do ano passado, a fábrica estava produzindo malhas para o estoque, se preparando para as vendas de inverno, considerada a melhor época para as malharias. "A medida [as demissões] foi tomada no susto. Nos arrependemos, mas tínhamos avisado que iríamos fazer o possível para recontratá-los, o que acabou acontecendo", afirmou.
Demissão tinha sido um baque, diz vendedora
A vendedora Kéllen Monteiro Tenedini, 18, foi uma das funcionárias recontratadas. Na casa da jovem, a mãe dela também perdeu o emprego durante a pandemia, após 19 anos trabalhando em uma estofaria. Com isso, o pai dela, que é caminhoneiro, ficou responsável, sozinho, pelas contas.
"Foi bem complicado. Um baque muito grande. Pensamos: 'pronto, o que vamos fazer com dois desempregados em casa?'. Tive que cancelar o curso técnico de enfermagem por causa disso", disse.
Com a recontratação, Kéllen pensa no futuro. "Vou poder voltar para o meu curso. Mas, agora, só no próximo semestre."
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