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Congelar salário não gera nenhuma economia, diz Maia

11.mar.2020 - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participa de comissão especial sobre o coronavírus - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
11.mar.2020 - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), participa de comissão especial sobre o coronavírus Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

07/05/2020 21h48

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou hoje que 'congelar salário não gera nenhuma economia'.

"No momento de queda de arrecadação, congelar salário não gera nenhuma economia. Vamos ter uma queda profunda da arrecadação da União, estado e municípios. Não vejo economia em falar que está economizando ao congelar salários", disse em entrevista à GloboNews.

"A Câmara tem trabalhado com responsabilidade, mas eu espero que a gente consiga manter o veto. Não vai gerar economia, mas vai gerar para a sociedade de que não haverá responsabilidade sobre aumento para estados e municípios", acrescentou.

Hoje mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a possibilidade de vetar o reajuste de salários de algumas categorias de servidores públicos até o final de 2021. Segundo o presidente, se o ministro da Economia, Paulo Guedes, pedir o veto, ele o fará.

O veto pode acontecer após os parlamentares contrariarem a vontade da equipe econômica do governo de abolir reajustes a servidores públicos até 2021. A justificativa do governo é de que é preciso limitar o aumento de gastos em meio à pandemia do coronavírus. O impedimento de reajuste seria uma contrapartida à ajuda de R$ 125 bilhões da União a estados e municípios.

No entanto, a previsão de se conceder reajuste a algumas categorias do funcionalismo público foi mantida na proposta aprovada ontem no Senado, após passar pela Câmara, e que agora segue à sanção presidencial.

Pelo texto que chega à mesa de Bolsonaro, ficarão de fora do congelamento de salários servidores da saúde, de limpeza pública e assistência social, integrantes das Forças Armadas, policiais federais, rodoviários federais, policiais civis, militares, bombeiros militares, policiais penais, policiais legislativos, técnicos e peritos criminais, agentes socioeducativos, além de professores e profissionais da educação pública, por exemplo.

Decreto é 'decisão equivocada'

Na mesma entrevista à GloboNews, Maia também falou sobre o decreto assinado hoje por Bolsonaro, que colocou a construção civil e a indústria como atividades essenciais.

"Sem querer polemizar, para tomar uma decisão dessa, deveria dar o lado do ministro da Saúde. Então, na hora que a decisão é tomada junto com empresários, parece uma sinalização equivocada para a sociedade", afirmou.

"Tenho estudos que mostram claramente os aspectos positivos do isolamento. São estudos de economistas brasileiros da Universidade de Chicago. Não é coisa só do Brasil. Não pode, por pressão, colocar vida em riscos. A Câmara (dos Deputados) foi a primeira a cobrar o Paulo Guedes em 10 de março sobre as ações do governo. Infelizmente, o que vimos hoje foi uma decisão pressionado pelo setor produtivo, que precisa tomar cuidado", declarou Maia.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, o discurso de Bolsonaro "gera insegurança". "Se ele (Bolsonaro) estivesse ao lado do ministro da Saúde... mas isso gera mais insegurança, e ela vai refletindo em outros ambientes", disse.