MP Federal e do Trabalho pedem que Caixa acabe com aglomerações no RJ
O Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho entraram com ação civil para que a Caixa Econômica Federal, ao lado da União e do Estado do Rio de Janeiro, acabem com as aglomerações nas agências bancárias e entornos (calçadas, ruas, quarteirões etc.) por conta do auxílio emergencial durante a pandemia do coronavírus.
Os órgãos pedem para que as agências da caixa no Rio de Janeiro adotem medidas para prevenir o contágio da covid-19, como fixação de agendamentos, organização de filas para atendimento com distância mínima dois metros entre as pessoas, demarcação no piso das agências do distanciamento necessário, promoção da distribuição de senhas com hora marcada para atendimento e promoção da constante limpeza do ambiente.
A ação pede os esforços das Forças de Segurança Pública, Força de Segurança Nacional (Ministério da Justiça e Segurança Pública), Forças Armadas (Ministério da Defesa) e Polícia Militar do Rio de Janeiro para que ajudem na medida.
Por fim, o MPF também salienta que seja dada a devida urgência na análise dos pedidos de auxílios, com sua conclusão no prazo máximo de 5 dias, e uma multa no valor de R$ 5.000 para a Caixa, União e Estado do Rio de Janeiro caso as medidas não sejam cumpridas.
A Caixa vem sendo alvo de críticas nas últimas semanas após muitos beneficiários relatarem problemas para conseguir se cadastrar ou movimentar os valores. Na semana passada, com o início do calendário de saque em dinheiro direto da poupança digital, filas e aglomerações em agências da Caixa Econômica Federal foram registradas em diversas partes do país.
Para quem não recebe Bolsa Família ou está não está no Cadastro Único, o auxílio só pode ser pedido por meio do aplicativo Caixa Auxílio Emergencial, ou site. No caso de quem optou receber por meio da poupança digital, a movimentação dos valores também depende do uso de um aplicativo, o Caixa Tem.
A Caixa informou ontem sobre uma "redução considerável das filas nas agências em todo o país". Em muitos casos, disse o banco, unidades que antes tinham aglomeração de pessoas em busca do saque do auxílio emergencial tiveram suas filas zeradas antes da abertura das portas, às 8h.
O banco reforçou que não é preciso madrugar nas filas. Todas as pessoas que chegarem às agências durante o horário de funcionamento, de 8h às 14h, serão atendidas, garante a Caixa. Mesmo com as unidades fechando às 14h, o atendimento continua até o último cliente do dia.
Entre as medidas para reduzir filas, a Caixa informou que fez parcerias com prefeituras de cerca de 500 cidades, que contribuíram para a sinalização e organização das filas e instalação de impressoras para facilitar a triagem fora da agência.
Na nota, a Caixa diz ainda que está reforçando o atendimento nas agências com mais 3 mil funcionários, além de alocar 4.800 vigilantes e quase 900 recepcionistas para organizar as filas e orientar o público.
2º lote será mais "eficiente"
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, prometeu ontem em coletiva de imprensa que o pagamento do segundo lote dos R$ 600 de auxílio emergencial para a pandemia do coronavírus será "mais eficiente".
"O segundo lote será feito de maneira muito mais eficiente, porque já temos a base das pessoas que receberão [os pagamentos]. Uma parte relevante do que a gente estava pagando eram pessoas que a gente ia montando dentro da base de dados. E, para não esperar um mês para começar a pagar, fomos pagando as pessoas sendo analisadas", afirmou.
Pedro Guimarães ainda disse que há a possibilidade de que o pagamento da próxima parcela — que ainda não tem datas oficiais — seja feito de maneira diferente, justamente para que a demanda muito grande não seja um obstáculo para a população.
"Na segunda parcela, poderemos pagar de maneira diferente. Estamos discutindo com o Ministério da Cidadania, mas uma maneira onde já temos a base de dados. E a grande maioria das pessoas terá essa organização com datas espaçadas, ou seja, não faremos a forma de pagar janeiro e fevereiro em um dia ou maio e junta em outro dia. Porque pagar 20 milhões de pessoas que tenham um conhecimento muito baixo da questão de tecnologia acabava gerando demanda muito grande", acrescentou o presidente.
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