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Lucro dos bancos cai, para R$ 13,7 bi, com reserva maior contra calotes

João José Oliveira

do UOL, em São Paulo

11/05/2020 16h52

Resumo da notícia

  • Bancos fazem no 1º trimestre segunda maior provisão da história para empréstimos não pagos
  • Lucro dos bancos no primeiro trimestre foi o menor desde terceiro trimestre de 2017
  • Mas total de ativos cresce mais de 10% no período, segundo levantamento da Economatica

Os grandes bancos brasileiros lucraram menos no primeiro trimestre deste ano e separaram uma quantia quase recorde para cobrir calotes. É o que aponta levantamento feito pela empresa de informações financeiras Economatica com os grandes bancos com ações negociadas em Bolsa: Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.

O lucro líquido consolidado desses bancos no primeiro trimestre de 2020 atingiu R$ 13,7 bilhões, o menor valor registrado desde o terceiro trimestre de 2017, quando o lucro havia sido de R$ 13,5 bilhões, segundo contas da Economatica. No primeiro trimestre do ano passado, o lucro havia sido de R$ 19,95 bilhões e no quarto trimestre de 2019, de R$ 21,8 bilhões.

O Santander, com lucro de R$ 3,77 bilhões, teve o melhor resultado trimestral com relação aos seus concorrentes. Foi seguido pelo Itaú Unibanco, com R$ 3,4 bilhões, Bradesco, com R$ 3,38 bilhões, e Banco do Brasil, com R$ 3,2 bilhões.

Reserva contra calotes

Segundo levantamento com os grandes bancos, o provisionamento para devedores duvidosos —recursos que os bancos deixam separado para cobrir calotes de clientes— atingiu R$ 28,38 bilhões ao fim do primeiro trimestre deste ano. Trata-se do segundo maior valor trimestral já registrado historicamente, segundo a Economatica. O maior valor anterior havia sido no quarto trimestre de 2019, com R$ 28,49 bilhões.

No primeiro trimestre de 2020, o Itaú Unibanco liderou a reserva contra calotes, com R$ 10,8 bilhões, seguido pelo Bradesco, com R$ 7,3 bilhões, por Banco do Brasil, com R$ 6,6 bilhões, e pelo Santander, com R$ 3,5 bilhões.

Distribuição de lucros

Com relação à distribuição de lucros, feita por meio do pagamento de dividendos e de juros sobre capital próprio, atingiu R$ 20,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um valor inferior em 25,25% ante o primeiro trimestre de 2019, quando o volume distribuído foi de R$ 27,9 bilhões.

O Itaú Unibanco é o que mais distribuiu lucros nominalmente no primeiro trimestre de 2020, com R$ 9,79 bilhões, valor 42,71% inferior ao do mesmo período de 2019. O Bradesco teve o menor valor distribuído em 2020, com R$ 380 milhões, valor 91,34% inferior ao do primeiro trimestre de 2019.

"Devemos salientar que o Bradesco fez uma distribuição de dividendos bastante substancial no quarto trimestre de 2019 (de R$ 12,6 bilhões) o que pode ter influenciado o valor da distribuição do primeiro trimestre de 2020", afirmou a Economatica.

Total de ativos cresce

O ativo total consolidado desses bancos atingiu, ao fim de março, R$ 6 trilhões, valor 10,6% superior ao do quarto trimestre de 2019 e 13,4% superior ao do primeiro trimestre de 2019.

O Itaú Unibanco, com R$ 1,98 trilhão, é o maior banco por ativos da amostra, seguido pelo Banco do Brasil, com R$ 1,58 trilhão, Bradesco, com R$ 1,43 trilhão, e Santander, com R$ 1 trilhão.

Com 5,5%, o Bradesco teve o menor crescimento percentual entre o quarto trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020, e o Santander teve o maior crescimento, com 16,66%.

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