The Economist diz que Bolsonaro faz Brasil perder 'vantagem' contra a covid
O jornal inglês "The Economist" publicou uma reportagem hoje que fala sobre o Brasil ter "entrado na pandemia com algumas vantagens", mas, "por causa de Bolsonaro está desperdiçando [essas oportunidades]". A reportagem ainda aborda a situação de alguns estados e diz que a polarização do país obriga prefeitos e governadores a lutarem em várias frentes sozinhos.
A reportagem, nomeada como "Batalha perdida do Brasil contra a covid-19", destaca a saída de dois ministros da Saúde deste o início da pandemia. "[Bolsonaro] discutiu e perdeu dois ministros da Saúde desde o início da crise [da covid-19]", em referência a demissão de Luiz Henrique Mandetta, em 16 de abril, e o pedido de demissão de Nelson Teich, no último dia 15. Atualmente, o ministério da Saúde está sob o comando do ministro interino Eduardo Pazuello.
O texto pontuou que as atitudes de Jair Bolsonaro (sem partido) causam danos ao combate da pandemia ao dificultar o distanciamento social, uma das medidas contra o coronavírus, e ainda "zombar" de medidas de combate à covid-19 indicada por especialistas e conselhos de saúde.
"Quanto mais fraco o sistema de saúde, mais ele precisa da proteção de bloqueios rigorosos", diz o artigo que cita a presença de Bolsonaro em protestos junto aos seus apoiadores, muitas vezes sem utilização de máscaras de proteção e sem distanciamento social.
O texto ainda pontua que a "presidência é consumida pelo melodrama" e comenta sobre o vídeo da reunião ministerial liberado pelo ministro Celso de Mello, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), no dia 22 de abril que, segundo o jornal, contou com "protestos desonestos contra as investigações policiais destinadas aos seus filhos [de Bolsonaro], mas [que] tinha pouco a dizer sobre a proteção dos cidadãos contra a pandemia".
Para o jornal, a posição de Bolsonaro "força governadores e prefeitos a lutar em várias frentes" no combate à pandemia, porém, devido a polarização do país, "governadores estão cedendo à pressão [de reabertura do comércio]". Como exemplo, a reportagem cita o plano de reabertura que ocorrerá em São Paulo a partir da próxima segunda-feira (01).
Na manhã de hoje, Bruno Covas (PSDB), prefeito de São Paulo, disse que disse que a flexibilização não teve influência de pressões econômicas. "Se a gente reabrisse de qualquer forma, seríamos criticados de que seria de qualquer forma. Paciência. Analisaremos as propostas dos setores para abrir com tranquilidade e não retroceder. Não estamos aqui em nenhum momento orientado ou guiados por pressão econômica do grupo A ou grupo B", destacou o prefeito.
Na segunda-feira (25), os jornais ingleses Financial Times e The Telegraph, a rede de televisão CNN, o The New York Times e jornais do mundo inteiro publicaram reportagens sobre o combate ao coronavírus no Brasil e criticaram o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) diante da pandemia. Na própria segunda-feira, Bolsonaro disse que sua imagem é ruim no exterior porque "a imprensa mundial é de esquerda".
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