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China anuncia retomada de voos internacionais, mas sem aéreas americanas

Pequim anunciou que vai permitir um voo por semana com um país estrangeiro - Divulgação
Pequim anunciou que vai permitir um voo por semana com um país estrangeiro Imagem: Divulgação

Da RFI

04/06/2020 08h40Atualizada em 04/06/2020 12h14

A China anunciou hoje a retomada limitada dos voos internacionais na próxima semana, sem participação de companhias americanas. A decisão acontece após ameaça de Washington de suspender a entrada de voos de companhias chinesas nos Estados Unidos.

Primeiro país afetado pelo novo coronavírus, a China reduziu drasticamente as conexões aéreas com o resto do mundo no fim de março por temer novos contágios procedentes do exterior.

Pequim vai permitir às companhias aéreas, a partir de segunda-feira (8), um voo por semana com um país estrangeiro, mas com base em uma lista de empresas ativas em 12 de março.

Delta Air Lines e United Airlines suspenderam os voos para a China em fevereiro e março devido à pandemia e para cumprir as restrições de viagens anunciadas no início de fevereiro pelo governo americano. Mas as duas empresas desejavam retomar as atividades em junho.

Atualmente, apenas quatro companhias chinesas operam voos entre Estados Unidos e China, e nenhuma americana. Washington considera a situação um obstáculo para a concorrência.

Antes da epidemia, no início do ano, as companhias americanas e chinesas operavam 325 voos semanais entre os países.

Fechamento de fronteiras em março

No fim de março, o país asiático também fechou suas fronteiras a todas as pessoas com visto e, inclusive, com permissão de residência.

Muitos permanecem retidos no exterior, sem a possibilidade de retornar para a China depois de terem viajado durante o momento mais dramático da epidemia.

Pequim, no entanto, autorizou recentemente o retorno gradual de alguns cidadãos - coreanos, alemães e singapurianos - cuja presença é considerada essencial para a recuperação econômica.

As companhias aéreas poderão ser autorizadas a operar um segundo voo semanal caso nenhum passageiro apresente resultado positivo para a covid-19 durante três semanas na mesma rota.

Represália a anúncio de Trump

A medida foi anunciada um dia depois de o governo do presidente americano, Donald Trump, ter proposto a suspensão dos voos operados por companhias chinesas com destino aos Estados Unidos.

A suspensão será aplicada a partir de 16 de junho, mas poderá entrar em vigor mais cedo, se Trump ordenar. A interdição afetará sete empresas chinesas, entre elas a Air China e a China Eastern Airlines, mas não inclui aviões de carga.

O governo americano afirmou na quarta-feira que está disposto a anular sua decisão se Pequim atuar a favor das empresas americanas.

Questão de Hong Kong aumenta divergências

As relações entre os dois países se deterioraram nas últimas semanas com a multiplicação das divergências, incluindo a questão de Hong Kong.

A China deseja impor ao território semiautônomo uma lei de segurança que provocou protestos internacionais generalizados.

O governo americano considera que o território não se beneficia mais da autonomia prometida por Pequim e começou a revisar o status preferencial que havia concedido a este importante centro financeiro.