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Aéreas retomam voos pelo mundo, mas setor segue em queda na América do Sul

Avião AirAsia - Divulgação/AirAsia
Avião AirAsia Imagem: Divulgação/AirAsia

Vinícius Casagrande

Colaboração para o UOL, em São Paulo

02/06/2020 17h12

O setor aéreo está retomando os voos na maior parte do mundo após uma queda brusca por conta da pandemia do novo coronavírus. Segundo a consultoria britânica OAG, cerca de 60 companhias aéreas que haviam paralisado totalmente suas operações estão voltando a ter voos agendados nesta semana. Outras aéreas estão aumentando sua capacidade. "Como já havíamos previsto, todos estavam esperando junho chegar", afirmou John Grant, consultor da OAG.

Segundo a consultoria, o mês de junho deve apresentar um aumento de 5,7 milhões de assentos disponíveis por semana. Nos próximos sete dias, serão 267 mil voos a mais em relação à semana passada, de acordo com Grant. As duas únicas regiões onde ainda há queda na capacidade em relação à semana anterior são América do Sul (-17%) e sul da Ásia (-12,4%).

Outro dado que mostra o início da retomada das operações aéreas em todo o mundo é a diminuição do número de aviões estacionados. Segundo a consultoria Cirium, na segunda-feira (1º) havia 14.580 aviões parados (56% da frota global). No auge da crise, esse número chegou a 15.768 (60% da frota global).

Para consolidar a retomada dos voos, no entanto, o consultor da OAG alerta que o ritmo da procura dos passageiros vai ser crucial. "Há indícios de algum crescimento na atividade de busca e reserva no mercado doméstico chinês e na Europa, particularmente na Itália", disse.

Apesar dos primeiros sinais positivos, Grant afirmou que alguns cancelamentos de voos devem ocorrer. "Apesar desse interesse de demanda, não devemos nos surpreender ao ver cancelamentos a curto prazo e ajustes de capacidade nas próximas semanas. Voar vazio é, em muitos casos, pior do que não voar", disse.

Apenas América do Sul e sul da Ásia em queda

O aumento da capacidade tem sido visto na maioria das regiões do planeta. As únicas regiões onde ainda há queda em relação à semana anterior são a América do Sul (-17%) e o sul da Ásia (-12,4%). No Brasil, por exemplo, as companhias aéreas Gol, Latam e Azul já anunciaram a retomada de algumas rotas para este mês, mas a volta dos voos está programada para acontecer somente depois do próximo dia 15.

Além de continuar registrando diminuição na capacidade, a América do Sul é a região com a maior queda em relação a janeiro, antes de a pandemia cortar voos em todo o mundo. No dia 20 de janeiro, foram mais de quatro milhões de lugares disponíveis. Na última segunda-feira (1º), as aéreas da região ofereceram 313,2 mil assentos em seus voos, uma redução de 92,2%.

Oriente Médio e América Central com mais crescimento na semana

As regiões com retomada mais acelerada nesta semana são o Oriente Médio (+127,5%) e a América Central (+124,5%). "No caso do Oriente Médio, há a reabertura da Arábia Saudita, onde companhias aéreas fornecerão cerca de 290 mil assentos, contra zero na semana passada. Enquanto na América Central, companhias aéreas como Vivaaerobus e Volaris têm mais que o dobro da capacidade semana a semana", afirmou Grant.

Apesar do aumento na quantidade de voos, a capacidade dessas duas regiões ainda é 70% inferior à do período pré-crise.

Nordeste asiático mais próximo dos níveis pré-crise

O nordeste asiático é a região que mais se aproxima dos níveis pré-crise. A capacidade atual é apenas 37% menor do que em janeiro, sendo que 80% dos voos domésticos já foram retomados. "A capacidade internacional permanece em apenas 13% dos níveis históricos devido à proibição contínua de viagens, particularmente na China, atrasando qualquer recuperação nesse segmento", afirmou Grant.

O mês de junho é visto como fundamental pelo consultor da OAG para verificar como será o ritmo de retomada dos voos em todo o mundo. "Com a incerteza do momento e a confiança do passageiro ainda a ser restaurada, existem muitos fatores fora do controle das companhias aéreas que continuarão afetando a demanda e, consequentemente, a capacidade", disse.