Passagem aérea cai, e 'prévia da inflação' é a menor para junho em 14 anos
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), ficou em 0,02% em junho, após fechar maio em -0,59%. O resultado foi o menor para o mês desde 2006, quando a taxa tinha sido de -0,15%.
O desempenho do indicador foi influenciado, principalmente, pela queda de 26,08% no preço das passagens aéreas.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,37% e, em 12 meses, a variação acumulada é de 1,92%. Com isso, a inflação fica abaixo da meta do governo para este ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 5,5% e 2,5%.
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Passagem aérea chega a cair 34,37% em Belém
O grupo dos transportes (-0,71%) representou o maior impacto para a queda do índice geral, contribuindo com -0,14 ponto percentual.
A categoria passagens aéreas (-26,08%) teve deflação em todas as cidades pesquisadas pelo IBGE, desde -34,37% em Belém até -15,85% em Fortaleza.
Ainda no grupo dos transportes, os combustíveis (-0,34%) caíram pelo quarto mês seguido. A gasolina teve variação negativa de 0,17%. Também registraram quedas de preços o óleo diesel (-4,39%) e o etanol (-0,49%), enquanto o gás veicular teve alta de 0,84%.
Alimentação e bebidas subiram 0,47%
O grupo com o maior impacto positivo no IPCA-15 foi o de alimentação e bebidas (0,47%). A alta foi influenciada principalmente pelos alimentos para consumo no domicílio, que subiram 0,56% em junho.
A batata-inglesa teve alta de 16,84%, a cebola subiu 14,05% e o feijão aumentou 9,38%. Por outro lado, os preços do tomate (-12,36%), da cenoura (-12,05%) e das frutas (-0,80%) acentuaram a queda em relação ao mês anterior.
A alimentação fora do domicílio também acelerou de maio (0,13%) para junho (0,26%), especialmente por conta do item lanche (0,82%), cujos preços haviam subido 0,64% no mês anterior.
Juros x inflação
Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu reduzir taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, de 3% para 2,25% ao ano. É a menor taxa desde que o Copom foi criado, em 1996.
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
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