Bolsa cai 0,35%, e dólar fecha quase estável, a R$ 5,157
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda de 0,35%, a 104.109,07 pontos. Ontem (27) o índice teve alta de 2,05%, fechando a 104.477,078 pontos.
O dólar comercial fechou praticamente estável, com leve desvalorização de 0,02%. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,157 na venda. Ontem (27) o dólar tinha caído 0,94%, negociado por R$ 5,158.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Juros nos EUA
Investidores estavam em modo de espera no primeiro dos dois dias da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
Segundo Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos, a terça-feira era marcada por "um pouquinho mais do mesmo", com os investidores "conservadores" antes da decisão de quarta-feira do Fed, enquanto também aguardam decisão sobre um pacote de auxílio contra o coronavírus nos Estados Unidos.
Em sua reunião de dois dias, que começa nesta terça, o Federal Reserve deve reafirmar sua política super expansionista, mantendo os juros por enquanto, mas abrindo espaço para maior flexibilização no futuro.
De acordo com Villegas, a expectativa de manutenção dos juros nos Estados Unidos é o que explica a desvalorização do dólar frente outras moedas nas últimas semanas.
Além do Fed, no radar dos investidores também estava a notícia de que senadores republicanos dos EUA propuseram na segunda-feira um pacote de US$ 1 trilhão para o combate ao coronavírus que foi acertado com a Casa Branca, encaminhando conversas com os democratas.
Um pacote anterior de combate aos efeitos da pandemia expira este mês, e divergências entre os políticos norte-americanos sobre os termos e valor do novo auxílio levantavam temores sobre a saúde da economia norte-americana, principalmente em meio à alta nos casos de coronavírus no país.
Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, disse em nota que "o nosso real (..) está sem grande influência interna, visto que a reforma tributária não empolgou como se esperava de imediato, e assim fica à mercê do comportamento da moeda norte-americana no mercado global".
"No nosso mercado de câmbio a influência local é tão somente a volatilidade, que poderá se agravar se efetivamente o Copom" reduzir ainda mais a Selic, "já que há sinais consideráveis de que o juro baixo é o fomentador deste movimento."
A redução dos juros a mínimas históricas tem afetado rendimentos locais atrelados à Selic, o que prejudica a entrada de investimento estrangeiro no Brasil e, consequentemente, afeta o fluxo de dólares. No ano, em meio a esse cenário, o dólar acumula ganho de quase 30% contra o real.
*Com Reuters
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