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Senadores querem explicações de Rubem Novaes sobre saída do Banco do Brasil

Novaes disse não ter se adaptado "à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília" - Adriano Machado/Reuters
Novaes disse não ter se adaptado "à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília" Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

29/07/2020 15h10Atualizada em 29/07/2020 16h22

Senadores querem ouvir Rubem Novaes para entender o que motivou seu pedido de renúncia à presidência do Banco do Brasil. Requerimentos neste sentido já foram apresentados por Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e ainda serão lidos em plenário.

À frente do BB desde o início do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Novaes renunciou ao cargo na última sexta-feira (24). No dia seguinte à saída, ele disse em entrevista que decidiu deixar o banco por não ter se adaptado "à cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília".

"Pela dimensão do Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras da América do Sul, temos a obrigação de ouvir o senhor Rubem Novaes para que ele detalhe o que viu de privilégios, compadrio e corrupção nos 18 meses em que esteve na presidência do banco oficial", justifica Kajuru em seu requerimento.

Já Randolfe lembrou que Novaes disse em seu pedido de renúncia que o BB precisa se renovar para "enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário". Para o senador, é preciso que o ex-presidente esclareça o que o levou a se afastar de uma das maiores instituições financeiras do país.

"Trata-se de uma colocação que traz enorme preocupação, pois pode indicar que grupos criminosos estão interessados em avançar sobre o gigantesco patrimônio do Banco do Brasil, assim como pode evidenciar que o senhor Rubem Novaes tomou conhecimento de tentativas de práticas de corrupção durante sua gestão", explicou.

Outras polêmicas

O Banco do Brasil esteve no centro de algumas polêmicas nos últimos meses, como apontaram outros senadores nas redes sociais. Uma delas foi a venda, por R$ 371 milhões, de uma carteira de crédito que tem R$ 2,9 bilhões em dívidas vencidas.

Outro fato citado como de desgaste para o banco foi a investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre gastos da instituição com publicidade em sites que divulgam notícias falsas. O caso levou à suspensão dessas propagandas do BB em blogs, portais e redes sociais suspeitos de propagar mentiras.

"Rubem Novaes quer sair à francesa, mas tem muito o que explicar sobre sua gestão no Banco do Brasil. Amigo de Paulo Guedes, ele financiou blogs bolsonaristas e vendeu, sem leilão, uma carteira bilionária ao BTG, banco privado fundado por Guedes", acusou o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE).

Já o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) comparou a saída de Novaes com a de Abraham Weintraub do Ministério da Educação. O ex-ministro pediu demissão para ocupar um cargo no Banco Mundial, em Washington, e teria recebido apoio do Itamaraty para entrar nos Estados Unidos.

"O ex-presidente do BB pode ficar tranquilo: se o cerco de investigações apertar, Bolsonaro poderá premiá-lo com uma fuga para o Banco Mundial, talvez acobertado por autoridades do Itamaraty, como no caso Weintraub!", escreveu.

*Com Agência Senado