Conselho de publicidade pune Bombril por "Krespinha", acusada de racismo
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) puniu a Bombril após receber denúncias de racismo no caso de uma esponja de aço da marca, chamada "Krespinha".
O conselho recomendou a "sustação" da propaganda da marca. Como não havia propaganda do produto, a recomendação implicaria em retirar a divulgação da esponja do site da Bombril, o que já havia sido feito pela empresa em junho. Após as críticas, a Bombril já havia anunciado que a "Krespinha", que estava no portfólio da companha há 70 anos, deixaria de ser produzida.
A companhia pediu desculpas e disse que não havia a "intenção de ferir ou atingir qualquer pessoa". "Não há mais espaço para manifestações de preconceitos, sejam elas explícitas ou implícitas. A Bombril compartilha desses valores", afirmou, na época.
1.873 queixas
Ao todo, o Conar recebeu 1.873 queixas contra o produto. Uma das denúncias foi feita pela deputada federal Áurea Carolina (Psol-MG) e pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos.
A decisão da 7° Câmara do órgão, que se reuniu ontem, foi tomada por unanimidade. Ela serve para orientar novos julgamentos e alertar outras empresas sobre o caso.
O Conar fiscaliza a ética da propaganda no Brasil. Ele tem como principal objetivo evitar a veiculação de anúncios e campanhas de conteúdo enganoso, ofensivo, abusivo ou que desrespeitam a concorrência entre anunciantes. A entidade pode apenas fazer recomendações e não tem "poder de polícia": não multa, não pode mandar devolver dinheiro ao consumidor ou mandar trocar mercadorias. O foco é a ética na publicidade e pretende, com suas decisões, evitar excessos e corrigir deficiências constatadas nas divulgações dos produtos e serviços.
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