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Bombril lança esponja de aço com nome com conotação racista

"Krespinha" foi acusada de ressuscitar campanha antiga que faz associação ao racismo ao utilizar no nome um estilo de cabelo - Divulgação / Montagem UOL
"Krespinha" foi acusada de ressuscitar campanha antiga que faz associação ao racismo ao utilizar no nome um estilo de cabelo Imagem: Divulgação / Montagem UOL

Do UOL, em São Paulo

17/06/2020 09h07Atualizada em 17/06/2020 17h19

A Bombril foi acusada de racismo nas redes sociais por lançar uma esponja de aço inox com o nome "Krespinha", apontado como uma associação pejorativa ao cabelo comum entre negros. A hashtag #BombrilRacista foi um dos assuntos mais comentados do Twitter hoje pela manhã.

No site da Bombril, o produto era definido como "perfeita para a limpeza pesada", sendo utilizada para a remoção de sujeiras e gorduras "de um jeito rápido e eficaz, sem esforço". No final da manhã, ele foi retirado do ar.

Procurada, a empresa não respondeu aos questionamentos até o momento. No Twitter, o perfil oficial da Bombril publicou um comunicado pedindo desculpas, mas explicou que a divulgação do item não se tratava de lançamento ou reposicionamento de produto.

"Diferentemente do que foi divulgado, não se tratava de lançamento ou reposicionamento de produto. A marca estava no portfólio há quase 70 anos, sem nenhuma publicidade nos últimos anos, fato que não diminui nossa responsabilidade. Mesmo sem intenção de ferir ou atingir qualquer pessoa, pedimos sinceras desculpas a toda a sociedade", escreveu a Bombril, que também anunciou a retirada da esponja de seu portfólio.

Propaganda racista nos anos 50

Uma esponja chamada "Krespinha", da S. A. Barros Loureiro Indústria e Comércio, era vendida na loja Sabarco, em São Paulo. A divulgação em 1952 levava uma menina negra no logo, personificando a esponja na figura da garota.

Além do desenho, um usuário do Twitter apontou para referências históricas que poderiam estar subjetivamente ligadas. O "k" de krespinha poderia ser em referência a Ku Klux Klan, que vivia seu auge na época.

A campanha também trazia a frase "as suas ordens", colocando em tom de servidão.

A reação nas redes sociais

Seguidores e digitais influencers chamaram a atenção para o produto e explicaram as conotações racistas que ele traz, como a ativista Winnie Bueno, a jornalista Yasmin Santos e o humorista Yuri Marçal.

Alguns também comentaram experiências pessoais de racismo e criticaram a marca: