'Prévia da inflação' desacelera a 0,23% em agosto; gasolina sobe 2,63%
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou a 0,23% em agosto, após fechar julho em 0,3%. O resultado foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis, em especial a gasolina.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,9% e, em 12 meses, a variação acumulada é de 2,28%. Com isso, a inflação fica abaixo da meta do governo para este ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 5,5% e 2,5%.
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Gasolina sobe 2,63%
Os preços dos combustíveis subiram 2,31% e pressionaram a prévia da inflação. O maior impacto individual para a alta do indicador (0,12 ponto percentual) veio da gasolina, que subiu 2,63%.
O óleo diesel (3,58%) e o gás veicular (0,47%) também tiveram aumento nos preços, enquanto o etanol apresentou queda de 0,28%.
Com alta de 0,75%, o grupo Transportes foi o que exerceu o maior impacto sobre o índice de agosto (0,15 ponto percentual), embora tenha havido desaceleração em relação a julho (1,11%), quando também foi o grupo que mais pressionou a inflação.
Também tiveram destaques as altas dos preços de Artigos de residência (0,88%), Habitação (0,57%) e Alimentação e bebidas (0,34%).
Este último voltou a subir após recuo de 0,13% em julho devido principalmente ao aumento das carnes (3,06%), leite longa vida (4,36%) e frutas (2,47%).
Educação cai 3,27%
A principal pressão de baixa sobre o IPCA-15 de agosto veio da queda de 3,27% nos preços de Educação, como consequência ainda da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o IBGE, com a suspensão das aulas presenciais por causa da pandemia, várias instituições de ensino concederam descontos nas mensalidades, o que entrou no cálculo do índice de agosto.
Dentro desse grupo, os preços dos cursos regulares recuaram 4,01%, sendo que a maior queda foi registrada na pré-escola (-7,30%), seguida pelos cursos de pós-graduação (-5,83%), de educação de jovens e adultos (-4,74%) e de ensino superior (-3,91%).
Juros x inflação
Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 2,25% para 2% ao ano. É a menor taxa desde que o Copom foi criado, em 1996.
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
*Com Reuters
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