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Dólar cai 0,6%, vendido a R$ 5,579; Bolsa fecha quase estável

Do UOL, em São Paulo

27/08/2020 17h14

O dólar comercial teve baixa de 0,6% e fechou o dia de hoje (27) cotado a R$ 5,579 na venda. Ontem (26) a moeda norte-americana tinha subido 1,54%, negociada por R$ 5,612.

Vindo de duas quedas seguidas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou quase estável, a 100.623,64 pontos. Ontem (26) o índice teve baixa de 1,46%, fechando a 100.627,328 pontos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Inflação nos EUA

O Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) apresentou nesta quinta-feira uma nova estratégia agressiva para levar o país de volta ao pleno emprego e conduzir a inflação a níveis mais saudáveis.

"Era o presente que o mercado esperava", afirmou o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer. Para ele, a sinalização do Fed reforça apostas de que os juros norte-americanos devem ficar próximo de zero até depois de 2022.

Mas, segundo Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, a sinalização do Fed indica que os EUA ainda enfrentam um longo caminho de recuperação pela frente, o que também gerou pressão em moedas arriscadas, como o real.

Ainda no radar estavam dados da economia norte-americana, que mostraram queda de 31,7% no PIB dos EUA no segundo trimestre, enquanto os pedidos semanais de auxílio-desemprego continuaram em torno de 1 milhão.

Atrito entre Bolsonaro e Guedes

No cenário interno, a sessão ainda refletiu ruídos políticos da véspera e a preocupação com as contas públicas, segundo analistas.

A alta do dólar ontem ocorreu depois de o presidente Jair Bolsonaro descartar publicamente proposta apresentada pelo Ministério da Economia para criação do programa Renda Brasil, substituto do Bolsa Família, levantando nova rodada de incerteza sobre a força do ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro do governo.

Para Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong, o aumento de gastos públicos diante da pandemia pode ter impacto negativo no real, se não for acompanhado de aumento de impostos ou corte de gastos.

*Com Reuters