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Oposição obstrui votação para defender auxílio de R$ 600 até o fim do ano

Para o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), "não é razoável" baixar o auxílio de R$ 600 para R$ 300 - Luís Macedo/Câmara dos Deputados
Para o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), "não é razoável" baixar o auxílio de R$ 600 para R$ 300 Imagem: Luís Macedo/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

06/10/2020 16h46Atualizada em 06/10/2020 20h07

A Câmara dos Deputados cancelou os trabalhos deliberativos de hoje após as tentativas de obstrução de partidos de oposição. Na pauta, estava a MP (Medida Provisória) 993/20, que autoriza o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a prorrogar 27 contratos de pessoal até 28 de julho de 2023 para atender às necessidades do órgão.

A oposição defendeu a votação da MP 1000/20, que prorroga o auxílio emergencial até dezembro, e o aumento do valor de R$ 300 para R$ 600. O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), chegou a acusar o governo de trabalhar contra a deliberação para evitar a aprovação de emendas que mantivessem o benefício em R$ 600.

"O governo faz de tudo para deixar a MP caducar porque já está com seus efeitos produzidos. O governo comete irresponsabilidade com o Congresso", criticou Guimarães. "Não podemos prescindir do principal sustento da economia brasileira".

Já o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ, foto acima), lamentou o fato de a MP ainda não ter sido ainda lida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Por isso, entende-se que a MP não tranca a pauta. Não temos nenhuma garantia que venha a ser votada ou sequer debatida", ponderou. "Não é razoável que o presidente da República baixe pela metade o valor do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso e o Congresso não se manifeste."

A deputada Sâmia Bomfim (SP), líder do PSOL, também fez críticas a Jair Bolsonaro, defendendo que o auxílio emergencial foi uma conquista dos partidos de oposição.

"O governo Bolsonaro nunca teve disposição de aprovar o auxílio emergencial. Sem ele, milhões de brasileiros teriam passado fome. A redução de R$ 600 para R$ 300 foi cruel. Quem perde é justamente a população mais pobre", afirmou.

Partidos da base aliada também obstruíram os trabalhos, mas por um motivo diferente: a não instalação da Comissão Mista de Orçamento. Crucial para o início das discussões sobre o Renda Cidadã, que substituirá o Bolsa Família, a CMO é protagonista da queda de braço entre o grupo de Maia e o centrão, comandado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).

A nova data para instalação da CMO ainda não foi definida.

*Com Agência Câmara e Reuters

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, os partidos de oposição defenderam o aumento do valor do auxílio emergencial de R$ 300 para R$ 600, e não de R$ 600 para R$ 300. O texto foi corrigido.