Oposição obstrui votação para defender auxílio de R$ 600 até o fim do ano
A Câmara dos Deputados cancelou os trabalhos deliberativos de hoje após as tentativas de obstrução de partidos de oposição. Na pauta, estava a MP (Medida Provisória) 993/20, que autoriza o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a prorrogar 27 contratos de pessoal até 28 de julho de 2023 para atender às necessidades do órgão.
A oposição defendeu a votação da MP 1000/20, que prorroga o auxílio emergencial até dezembro, e o aumento do valor de R$ 300 para R$ 600. O líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), chegou a acusar o governo de trabalhar contra a deliberação para evitar a aprovação de emendas que mantivessem o benefício em R$ 600.
"O governo faz de tudo para deixar a MP caducar porque já está com seus efeitos produzidos. O governo comete irresponsabilidade com o Congresso", criticou Guimarães. "Não podemos prescindir do principal sustento da economia brasileira".
Já o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ, foto acima), lamentou o fato de a MP ainda não ter sido ainda lida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Por isso, entende-se que a MP não tranca a pauta. Não temos nenhuma garantia que venha a ser votada ou sequer debatida", ponderou. "Não é razoável que o presidente da República baixe pela metade o valor do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso e o Congresso não se manifeste."
A deputada Sâmia Bomfim (SP), líder do PSOL, também fez críticas a Jair Bolsonaro, defendendo que o auxílio emergencial foi uma conquista dos partidos de oposição.
"O governo Bolsonaro nunca teve disposição de aprovar o auxílio emergencial. Sem ele, milhões de brasileiros teriam passado fome. A redução de R$ 600 para R$ 300 foi cruel. Quem perde é justamente a população mais pobre", afirmou.
Partidos da base aliada também obstruíram os trabalhos, mas por um motivo diferente: a não instalação da Comissão Mista de Orçamento. Crucial para o início das discussões sobre o Renda Cidadã, que substituirá o Bolsa Família, a CMO é protagonista da queda de braço entre o grupo de Maia e o centrão, comandado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).
A nova data para instalação da CMO ainda não foi definida.
*Com Agência Câmara e Reuters
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