Calheiros: reunião com governo 'definiu agenda mínima' para Renda Cidadã
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou hoje que a reunião entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e membros do Congresso "alcançou plenamente todos os seus objetivos". De acordo com Calheiros, foi definida uma agenda mínima que engloba a formulação do Renda Cidadã, programa social que o governo quer lançar para substituir o Bolsa Família, além das reformas administrativa e tributária.
O comentário de Renan Calheiros se refere ao jantar de ontem, que promoveu o reencontro entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo Calheiros, a reunião "demonstrou humildade e boa vontade de ambos os lados".
O senador ainda afirmou que a agenda será previamente detalhada, a partir de hoje, entre governo e demais líderes partidários. "Sugeri o corte de 5 bilhões das emendas parlamentares, maior tributação dos salários de 50, 70, 100 mil, o fim dos supersalários públicos, já aprovado pelo Senado, além da qualificação dos gastos públicos", escreveu o senador pelo Twitter.
Segundo Calheiros, a discussão do novo Renda Cidadã deve "incluir os 3 poderes" e não pode ser feita sem negociações com o parlamento. "O tempo é escasso, mas a convergência obtida na reunião nos permite ser otimistas em relação as providências para manter a responsabilidade fiscal diante da crise que se avizinha".
Críticas ao Renda Cidadã
Tido como uma estratégia crucial para alavancar a campanha de Bolsonaro à reeleição em 2022, o Renda Cidadã quer substituir o Bolsa Família, ampliar o número pessoas atendidas, aumentar o valor do benefício e suceder o auxílio emergencial, que alavancou a popularidade do presidente e acabará em dezembro.
O ponto mais polêmico do Renda Cidadã é o seu financiamento. O governo precisa encontrar dinheiro no Orçamento sem criar gasto adicional, para respeitar o teto de gastos. Na última sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que furar o teto de gastos para ganhar eleições é irresponsabilidade com as futuras gerações.
"A arte da política é fazer escolhas. Os recursos existem, como o desconto simplificado para Saúde e Educação. É dinheiro de classe média alta. Você pega R$ 10 milhões e são R$ 35 a mais no Renda Cidadã. É uma transferência de renda de quem tem mais para quem tem menos.", afirmou.
Entre as alternativas estudadas pelo governo está a extinção do desconto de 20% concedido automaticamente a contribuintes que optam pela declaração simplificada do Imposto de Renda da pessoa física.
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