Carrefour é desligado de Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial
Após a morte de João Alberto Silveira Freitas em uma loja de Porto Alegre (RS), o Carrefour foi desligado da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, que reúne 73 organizações signatárias. Em nota, o coordenador da plataforma expressou "profunda repulsa" ao caso e chamou de "criminoso" um ambiente onde um cliente entra para fazer uma compra e sai morto.
"Repudiamos com todas as nossas forças o assassinato do cidadão negro João Alberto Silveira Freitas por seguranças do supermercado Carrefour, na cidade de Porto Alegre", disse Raphael Vicente. "São coniventes todos aqueles que se omitiram e não tomaram as medidas para que essa morte fosse evitada, inclusive os que se calam".
A empresa, ainda segundo o comunicado, seguirá desligada por tempo indeterminado de suas atividades na Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial.
A plataforma é composta por representantes da sociedade civil, do ambiente empresarial e do poder público, englobando 73 organizações com receita conjunta de R$ 1,2 trilhão no Brasil. É uma iniciativa que busca articulação entre empresas comprometidas em buscar um desempenho significativo na abordagem da temática étnico-racial, bem como assegurar a elas alguma vantagem competitiva.
Entenda o caso
João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, morreu na noite de ontem após ser agredido por dois seguranças — um deles policial militar temporário, fora de serviço — no supermercado Carrefour, na zona norte de Porto Alegre, às vésperas do feriado da Consciência Negra. Os agressores foram presos, suspeitos de homicídio doloso.
A vítima teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzida pelos segurança da loja até o estacionamento, no andar inferior. Durante o percurso, acompanhado por uma funcionária do Carrefour, Freitas teria desferido um soco contra o PM, segundo afirmou a trabalhadora, em depoimento à polícia.
"A partir disso começou o tumulto, e os dois agrediram ele na tentativa de contê-lo. Eles (o PM e o segurança) chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram perna no pescoço ou no tórax", disse o delegado plantonista Leandro Bodoia. A cena vem sendo comparada nas redes sociais ao que aconteceu com George Floyd, que morreu sufocado por policiais nos Estados Unidos.
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