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Auxílio: Bolsonaro diz que manter benefícios seria 'caminho para insucesso'

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

01/12/2020 11h39Atualizada em 01/12/2020 13h49

Sem citar nomes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que "alguns" querem perpetuar o auxílio emergencial no Brasil, socorro financeiro criado pelo governo para apoiar a população mais afetada pela pandemia do coronavírus, como trabalhadores informais e famílias de baixa renda. Mas afirmou que isso não é possível e que não se "vive dessa forma".

O sucesso de popularidade do auxílio, criado inicialmente com o valor de R$ 600 e pagamento por três meses, tem sido apontado como um dos fatores que pode ajudar a alavancar a campanha de Bolsonaro à reeleição, em 2022.

O presidente, por outro lado, tem dito que é impossível prorrogar o mecanismo de transferência de renda sob risco de danos irreversíveis à economia nacional.

Sem entrar em detalhes, o governante afirmou hoje que a "perpetuação" do auxílio seria o "caminho para o insucesso". "Ninguém vive dessa forma", declarou ele, durante evento em Foz do Iguaçu (PR). Ao lado do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, ele conheceu obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai.

[A prorrogação] É o caminho certo para o insucesso. Temos que ter a coragem de tomar decisões. Pior que uma decisão até mesmo mal tomada é uma indecisão. Temos que decidir, temos que operar pelo nosso povo, pelo nosso país
presidente Jair Bolsonaro

Contraponto a Guedes

No mês passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo prorrogará o auxílio emergencial, caso haja uma segunda onda da covid-19 no Brasil.

"Prorrogação do auxílio emergencial se houver segunda onda não é possibilidade, é certeza. Se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagirá como da primeira vez. Vamos decretar estado de calamidade pública e vamos recriar auxílio emergencial", afirmou na ocasião.

Maia descarta renovar auxílio na Câmara

Ontem, em entrevista ao UOL, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um alerta ao governo federal e descartou renovar o estado de calamidade pública e o auxílio emergencial, ambos vigentes até 31 de dezembro.

Questionado pelo sobre a prorrogação do auxílio emergencial, Maia disse que isso "é problema do governo, não da Câmara", que está "dando todos os instrumentos para [o governo] enfrentar este ano". "O que tinha para gastar de forma urgente, foi gasto", reforçou.

A chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Guerra, que simplifica os gastos do Executivo durante a pandemia da covid-19 e permite processos mais rápidos para compras, obras e contratações de pessoal e serviços, também não será renovada, acrescentou o presidente da Câmara. A partir de janeiro, o governo deverá respeitar a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e a regra de ouro.