Flerte com o comunismo, diz conselheiro da Petrobras sobre Bolsonaro
O conselheiro da Petrobras, Marcelo Mesquita, criticou hoje a interferência de Jair Bolsonaro (sem partido) na Petrobras, após o presidente anunciar a troca de presidente da estatal brasileira. Mesquita afirmou que a decisão de Bolsonaro mostra que ele não é "o grande antagonista do PT".
"É o primeiro flerte dele de mostrar que ele é comunista, assim como o PT, e não o grande antagonista do PT. É por isso que hoje começou uma nova etapa do governo do Bolsonaro", afirmou o conselheiro na noite de segunda-feira (22) em entrevista à CNN Brasil.
Mesquita disse que, a partir de agora, Bolsonaro terá de provar diariamente que a Petrobras não terá nenhuma intervenção e que a empresa "continua independente" como foi nos últimos anos.
"O novo trabalho do Conselho, assim como do novo presidente da Petrobras, vai ser de mostrar e provar ao mercado, por atos, que a empresa continua independente como ela foi nos últimos dois anos", disse o conselheiro da estatal.
Pedido de privatização
Marcelo Mesquita posicionou-se a favor da privatização da Petrobras, afirmando que "ninguém tem coragem" de "tocar" na empresa.
"Tem que começar pelas 'vacas sagradas', porque são os grandes problemas do Brasil, são as empresas estruturantes para o Brasil, então tem que começar por elas", afirmou, referindo-se a empresas públicas ou estatais como Petrobras, Eletrobrás e Banco do Brasil.
Para Mesquita, a privatização é a "única solução" para evitar que a Petrobras seja desvalorizada. Desde sexta-feira, dia do anúncio na troca de presidência, a estatal teve uma perda histórica de valor de mercado.
"A primeira coisa é privatizar a empresa. A única solução para essa empresa é ser privatizada, assim como todas as outras estatais brasileiras", concluiu.
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