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Com alta da gasolina, prévia da inflação tem pior fevereiro desde 2017

O maior impacto individual no índice do mês veio da gasolina - PAULO WHITAKER/Reuters
O maior impacto individual no índice do mês veio da gasolina Imagem: PAULO WHITAKER/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/02/2021 09h05Atualizada em 24/02/2021 10h58

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), cresceu 0,48% em fevereiro, puxado pela alta da gasolina, após ficar em 0,78% em janeiro. Esse é o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2017, quando o índice foi de 0,54%. Em fevereiro de 2020, a taxa foi de 0,22%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,26%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,57%, acima dos 4,30% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Alta dos combustíveis

De acordo com o IBGE, o maior impacto individual no índice do mês (0,17 ponto percentual) veio da gasolina, cujos preços subiram pelo oitavo mês consecutivo (3,52%). Também houve altas nos preços do óleo diesel (2,89%), do etanol (2,36%) e do gás veicular (0,61%).

A alta dos preços dos combustíveis (3,34%) fez com que o grupo dos transportes tivesse alta de 1,1%, acelerando em relação ao resultado registrado em janeiro (0,14%).

Educação

A maior variação veio do grupo de educação (2,39%), sendo o segundo maior impacto (0,15 ponto percentual) no resultado do mês.

Segundo o IBGE, o desempenho reflete os reajustes anuais aplicados no início do ano letivo e a retirada de descontos praticados por algumas instituições de ensino ao longo do ano passado, em razão da pandemia do novo coronavírus.

Habitação e alimentação

A pressão negativa veio do grupo de habitação (-0,74%), que havia apresentado alta de 1,44% em janeiro. De acordo com o IBGE, a queda se deve à redução nas tarifas de energia elétrica (-4,24%) registrada no índice por causa da mudança das bandeiras tarifárias de vermelha patamar 2, em dezembro, para amarela, em janeiro e fevereiro, considerando os períodos de referência e base do IPCA-15.

Outro impacto negativo vem do grupo de alimentação e bebidas, que vem desacelerando desde novembro e passou de 1,53% em janeiro para 0,56% em fevereiro, com impacto de 0,12 ponto percentual.

De acordo com o instituto, Isso é resultado da redução de preços de alimentos como a batata-inglesa (-5,44%), leite longa vida (-1,79%), óleo de soja (-1,73%) e arroz (-0,96%).

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.

Na última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.