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Com auxílio menor, renda de quem está no Bolsa Família cairá 62% em 2021

Colaboração para o UOL

22/03/2021 16h59

A renda dos beneficiários do programa Bolsa Família deve diminuir 62,2% em 2021, na comparação com o ano passado, segundo estudo da Tendências Consultoria Integrada. A queda se deve às restrições no auxílio emergencial deste ano, com valor menor e menos pessoas atendidas.

Os beneficiários do Bolsa Família recebem, em média, R$ 186. Durante a vigência do auxílio, passaram a receber o que tivesse valor maior, a bolsa ou o auxílio. Como o valor do auxílio é mais alto na maioria dos casos, a renda média dos beneficiários do programa aumentou em 2020.

No ano passado, o auxílio foi pago em dois momentos. No primeiro, teve valor de R$ 600 (ou R$ 1.200 para mulheres chefes de família) por cinco meses. No segundo momento, pagou R$ 300 (ou R$ 600 para mulheres chefes de família) por até quatro meses.

Auxílio ficou mais restrito em 2021

Neste ano, quem está no Bolsa Família também receberá o que tiver valor maior, a bolsa ou o auxílio. Mas há uma série de restrições e mudanças no auxílio, como o valor, que está bem menor. São R$ 150 para quem mora sozinho, R$ 350 para mulheres chefes de família e R$ 250 para as demais famílias.

Mesmo com o valor menor do auxílio emergencial neste ano, a Tendências projeta que o benefício será mais vantajoso que o Bolsa Família para 73,7% dos inscritos no programa.

Queda geral na renda do brasileiro

No total, no ano passado, o governo gastou R$ 293 bilhões com o pagamento do auxílio. Já neste ano o valor autorizado para o auxílio é de R$ 44 bilhões Para a consultoria, o novo benefício não será suficiente para "garantir a sobrevida" da renda dos brasileiros.

"Diante do enxugamento das políticas sociais compensatórias e da perspectiva de recuperação moderada do mercado de trabalho neste ano, a massa de renda total domiciliar no Brasil deve apresentar retração de 3,5%, após alta de 5,2% em 2020", diz o estudo.

Estimada pela consultoria, a massa de renda total dos domicílios considera todas as fontes de renda, como salário, aluguéis, benefícios como o Bolsa Família e o auxílio emergencial.

Para 2021, a Tendências estima um aumento de 1% no rendimento de trabalho —quando as fontes de renda dos trabalhadores acima de 14 anos vêm em dinheiro, produtos ou mercadorias.

No ano passado, houve uma queda de 3,6% no rendimento do trabalho, que corresponde a 57,4% da renda dos brasileiros.

Segundo a consultoria, o crescimento de apenas 1% neste ano, insuficiente para repor a perda de 2020, será impactado pelo agravamento da pandemia no país, o enfraquecimento de alguns setores da economia, a diminuição das políticas de incentivo fiscal e de crédito às famílias e empresas, e às incertezas frente ao cenário fiscal.

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