Guedes diz que vai antecipar benefícios a idosos após votação do Orçamento
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje que o governo vai antecipar benefícios a aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) logo após a aprovação do Orçamento de 2021. O texto passou pela Comissão Mista do Orçamento hoje e agora precisa ser votado pelo plenário do Congresso Nacional.
"Se os senhores [parlamentares] aprovam o Orçamento hoje, podemos disparar imediatamente a antecipação dos benefícios de aposentados e pensionistas", disse o ministro.
Guedes participou hoje pela manhã de audiência da comissão sobre a pandemia do coronavírus no Senado.
Ao longo deste ano, o governo sinalizou querer antecipar o pagamento da primeira parcela do 13º em fevereiro ou março, mas disse que ainda não podia, porque o Orçamento relativo a 2021 não foi aprovado no Congresso Nacional.
O Orçamento deveria ter sido votado no ano passado, mas nem chegou a ser analisado na comissão em 2020, devido a disputas políticas pelo comando do colegiado entre o grupo do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o então chefe da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Senadores cobram auxílio emergencial maior
Senadores de oposição reclamaram do valor do novo auxílio emergencial, de R$ 150, R$ 250 ou R$ 350, dependendo da família. Uma ala dos parlamentares defende que o auxílio seja aumentado para R$ 600, valor pago no ano passado.
Guedes respondeu falando de outro programa, o Bolsa Família, dizendo achar "interessante" que um grupo que teria participado de governos anteriores reclame do valor do auxílio, enquanto a parcela do Bolsa Família não fica distante desse número. O Bolsa Família paga, em média R$ 186.
A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) afirmou que o ministro ainda não apresentou um programa de geração de emprego e renda. Ela foi uma das principais a criticar o valor do auxílio.
Guedes falou que o governo quer trabalhar com os congressistas para aumentar o valor, desde que haja contrapartidas.
"De onde vai sair esse dinheiro? Nós vamos ter que buscar esse dinheiro. O governo brasileiro é um Estado rico, que financeiramente está quebrado, mas está cheio de ativos que ele não mobiliza", afirmou.
Renda Brasil "foi explodido"; Bolsonaro proibiu
O ministro criticou quem defende um Estado com mais gastos, responsabilidades e estatais, ao dizer que a "aparelhagem política" atrapalha a dar o dinheiro diretamente aos mais vulneráveis.
"Chegamos a encaminhar o Renda Brasil como um pouso, como um local de pouso, com fontes sustentáveis de financiamento, mas a política é sempre surpreendente. O projeto foi explodido. A ideia original era aterrissar realmente. Ele viria de R$ 600 para R$ 300 e aterrissaria em torno de R$ 250, com fontes estáveis de financiamento, mas o projeto, infelizmente não caminhou politicamente. Houve essa descontinuidade, e agora nós estamos correndo atrás do prejuízo", disse.
O Renda Brasil, que substituiria o Bolsa Família, foi "proibido" pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no ano passado, após a equipe econômica apresentar propostas impopulares para bancar o novo programa, como o congelamento de aposentadorias e pensões.
Bolsonaro disse, na ocasião: "Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra (sic) Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final".
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