IBGE diz que negociará com Ministério da Economia para fazer Censo em 2022
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou, por meio de nota, que vai retomar as negociações com o Ministério da Economia para planejar a realização do Censo em 2022. O cronograma, então, será definido em conjunto.
Hoje, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que o Censo não será realizado em 2021 por falta de recursos no Orçamento sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A pesquisa foi adiada pela segunda vez, já que, na verdade, deveria ter sido realizada ano passado, mas foi postergada por conta da pandemia de covid-19.
Em relação ao processo seletivo dos recenseadores e agentes censitários, suspenso no início de abril, o IBGE disse que "anunciará as orientações assim que for possível", ainda segundo a nota.
'Custará muito caro ao país', diz Frente de Prefeitos
O cancelamento do Censo neste ano foi duramente criticado pela FNP (Frente Nacional de Prefeitos). Em nota, a entidade salientou que a decisão "custará muito caro ao país" e "é uma tragédia". Em uma publicação nas redes sociais, a entidade afirmou que sem informações atualizadas "a efetividade das políticas públicas ficará comprometida".
Com isso, o grupo estima que prefeitos e governadores vão precisar "construir alternativas" para realizar pesquisas para fundamentar decisões, o que deve onerar os cofres estaduais e municipais.
A decisão também foi criticada por especialistas, que destacam como resultado da falta do Censo perda de qualidade das políticas sociais, redução na distribuição de recursos para os municípios e descompasso nas pesquisas regulares de emprego e renda. O ex-presidente do IBGE Roberto Luis Olinto, que comandou o órgão entre 2017 e 2019, também classificou o cancelamento da pesquisa como uma "tragédia" e que representa perda de cidadania.
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