Datena desafia Guedes a sobreviver com cesta básica: "Mas sem pé de frango"
O apresentador José Luiz Datena, do "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, reclamou da inflação e desafiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a sobreviver com apenas uma cesta básica —"mas sem direito a pé de frango", segundo ele.
A produção do programa fez levantamento de preços de produtos essenciais —como feijão, arroz, café, açúcar, farinha, sal e óleo— e chegou ao valor da cesta básica de R$ 250,00. Nessa conta não foi incluída, por exemplo, a mistura, como carne, frango e ovo.
"Eu queria que o Paulo Guedes comesse tudo isso em um mês, mas sem direito a um pé de frango", esbravejou Datena, crítico da política econômica adotada pelo governo Bolsonaro. "O cara não come carne, só se morder a língua. Como o cara compra carne? Não tem cabimento!", acrescentou, referindo-se ao aumento desenfreado do preço do produto.
Em seguida, Datena voltou a culpar Guedes pelo valor da cesta básica e o chamou de "gênio da Economia", com tom de ironia.
"Fizemos o levantamento de uma cesta básica, mas básica mesmo, sem mistura: sem carne, sem frango e sem ovo. Esse 'gênio da Economia'... Ele acha que o povo pode sobreviver com R$ 250", ressaltou o apresentador.
Levantamento do Dieese
O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 15 cidades e diminuiu em outras duas, entre março e abril de 2021, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 capitais.
As maiores altas foram registradas em Campo Grande (6,02%), João Pessoa (2,41%), Vitória (2,36%) e Recife (2,21%). As capitais onde ocorreram as quedas foram Belém (-1,92%) e Salvador (-0,81%). Já a cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 634,53), seguida pelas de São Paulo (R$ 632,61), Porto Alegre (R$ 626,11) e Rio de Janeiro (R$ 622,04). As cidades em que a cesta teve menor custo foram Aracaju (R$ 469,66) e Salvador (R$ 457,56).
Com base na cesta mais cara que, no mês de abril, foi a de Florianópolis, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.330,69, valor que corresponde a 4,85 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em abril, na média, 54,36% do salário-mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em março, o percentual foi de 53,71%.
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