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Mais caros na pandemia, carros devem continuar com preço alto, diz entidade

Getty Images/iStock
Imagem: Getty Images/iStock

Giulia Fontes

Do UOL, em São Paulo

07/07/2021 16h06

O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes, afirma que as montadoras não têm uma previsão de quando haverá alívio no preço dos carros para o consumidor. O valor dos veículos vem subindo desde o início da pandemia. Já existem carros compactos com preço na faixa de R$ 100 mil. Até mesmo modelos mais básicos tiveram alta e não saem por menos de R$ 40 mil nas concessionárias.

De acordo com Moraes, a alta nos preços está relacionada a três ondas de aumento de custos. A primeira delas foi a desvalorização do real, que tornou componentes importados mais caros para toda a cadeia de fabricação. Além disso, por causa da pandemia, houve aumento do preço de matérias-primas, como borracha, resinas e aço. No caso do aço, dependendo do tipo, o preço chegou a subir 120%, afirma Moraes. Por último, houve o aumento do ICMS para automóveis no estado de São Paulo.

São aumentos de custo que as montadoras não conseguem suportar. Isso tem consequências para toda a cadeia e, infelizmente, para os consumidores.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea

Falta de semicondutores prejudica produção

A indústria também enfrenta a falta de semicondutores, que são importados. Eles são usados em todos os componentes eletrônicos que equipam veículos. Em balanço divulgado nesta quarta-feira (7), a Anfavea diz que a produção no primeiro semestre de 2021 ficou abaixo do esperado por causa da crise de fornecimento.

As montadoras produziram 1,15 milhão de veículos no período. O número é 57,5% maior do registrado no primeiro semestre do ano passado, quando houve fechamento de fábricas por causa da pandemia, mas caiu 22% em relação ao primeiro semestre de 2019.

A estimativa, segundo Moraes, é de que entre 100 mil e 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no primeiro semestre deste ano por causa da falta do componente. Considerando só o mês de junho, a produção foi a menor em 12 meses.

Esse problema afeta todos os países produtores e tem impedido a plena retomada do setor automotivo.
Luiz Carlos Moraes

Também falta matéria-prima em outros setores

Outros setores também enfrentam escassez de matéria-prima. A construção civil e a produção de móveis, por exemplo, também têm registrado falta de produtos básicos. Com a procura maior do que a oferta, o preço para o consumidor final acaba aumentando.