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Cofundador do dogecoin critica criptomoedas: 'tecnologia hipercapitalista'

O dogecoin é uma criptomoeda que nasceu de um meme de um cachorro - Yuriko Nakao/Getty Images
O dogecoin é uma criptomoeda que nasceu de um meme de um cachorro Imagem: Yuriko Nakao/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/07/2021 10h49Atualizada em 16/07/2021 19h09

O cofundador do dogecoin Jackson Palmer fez críticas às criptomoedas e afirmou que elas são uma "tecnologia hipercapitalista" construída para aumentar riquezas por meio da falta de regulação e de taxação.

Em uma série de mensagens em sua conta no Twitter, Palmer também disse que não voltará a investir em criptomoedas nem participará de discussões sobre o tema porque elas vão na contramão de suas crenças.

"Após anos de estudo, acredito que as criptomoedas são uma tecnologia hipercapitalista e inerentemente de direita, construída primeiramente para ampliar a riqueza de seus proponentes por meio da combinação de evasão fiscal, baixa supervisão regulatória e escassez forçada artificialmente", escreveu.

O dogecoin é uma criptomoeda criada em 2013 a partir de um meme de um cachorro da raça Shiba Inu. Ela ganhou notoriedade no final do ano passado, após um tuíte do bilionário Elon Musk fazer com que seu valor disparasse.

Segundo Palmer, a indústria das criptomoedas, apesar dos pedidos para descentralização, é controlada por um "cartel" de pessoas ricas e poderosas que incorporaram a ela muitas das instituições ligadas ao sistema financeiro tradicional, que, supostamente, deveriam ser substituídas.

"A indústria da criptomoedas alavanca uma rede de conexões de negócios obscuros, compra influenciadores e paga a meios de comunicação para perpetuarem a cultura do 'enriqueça rápido', desenhada para extrair dinheiro de pessoas financeiramente desesperadas e ingênuas", afirmou.

O cofundador do dogecoin disse ainda que esse mercado é o que há de pior no sistema capitalista atual —comparando com corrupção, fraude e desigualdade—, pois permite usar uma programa de computador para limitar as intervenções —como auditorias, regulação e taxação— que servem como proteção para a maioria das pessoas.

"Perder a senha da conta com suas economias? Sua culpa. Ser vítima de um esquema? Sua culpa. Bilionários manipulando mercados? São gênios. Esse é o tipo de 'liberdade para todos' que as criptomoedas capitalistas foram, infelizmente, arquitetadas para facilitar desde a sua inserção", declarou.