Buscas no Google sobre 'inflação' atingem maior nível no Brasil desde 2014
A preocupação com a escalada da inflação se reflete nas buscas que os brasileiros fazem no Google. Em agosto, as pesquisas relacionadas à alta de preços atingiram o maior nível desde outubro de 2014, segundo dados da ferramenta Google Trends.
No mês passado, a inflação foi de 0,87%, a maior para o mês desde 2000 (1,31%). Em 12 meses, o acumulado já é de quase 10%.
O Brasil aparece na 10ª posição na lista de países que mais usam o Google para fazer perguntas sobre inflação, atrás de nações como Sri Lanka, Nigéria, Bolívia e Peru.
Segundo o Google, a disparada recente de preços no Brasil contribui para o aumento de pesquisas. Em agosto de 2020, o país ocupava o 36º lugar na lista das nações com mais interesse de busca no assunto. Há uma década, estava apenas na 52ª posição no mesmo ranking.
A pergunta mais frequente sobre o tema ("o que é inflação") alcançou neste ano o maior nível desde 2009.
Outros interesses
A busca por termos relacionados à alta de preços também cresceu. As consultas referentes a IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação "oficial", subiram 50% desde janeiro de 2021, em relação ao mesmo período do ano anterior. É a maior alta desde 2008.
A pesquisa por IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que reajusta a maioria dos aluguéis, teve recorde desde 2012, com incremento de 30% nas buscas neste ano, em comparação com 2020.
Outros destaques revelados pelo Google Trends estão nas perguntas: "Como economizar energia", desmembrada em outros tópicos, a exemplo de dinheiro, água e combustível (veja a lista abaixo).
Os usuários também estão preocupados para saber a causa da elevação de preços, destaca o Google Trends. A pergunta mais feita no Brasil foi "por que o preço da gasolina subiu", que também se repete com gás, carne e até mesmo a Netflix (confira o top 10).
Confira abaixo perguntas e respostas sobre o tema inflação:
Perguntas sobre inflação mais buscadas no Brasil nos últimos 90 dias
1- O que é inflação?
A inflação é o aumento dos preços e serviços. O indicador, que é medido pelos índices dos preços, mostra o poder de compra da moeda -no caso do Brasil, o real.
2. O que faz a inflação variar e por que os preços sobem?
O princípio básico a ser pensado é a lei de oferta e demanda, essencial no mercado. Se há muitas pessoas interessadas em comprar um produto e existe dificuldade de comprar, o preço sobe.
Se esses consumidores querem adquirir algo que é oferecido em abundância, o preço diminui. De acordo com economistas, o dólar alto, a falta de matérias-primas e a pandemia têm impactado a elevação do índice em 2021.
Outro fator que causa alta de preços é a falta de concorrência entre empresas, ou seja, um monopólio mantido por companhias que buscam aumentar seus lucros a partir do preço estabelecido por elas.
Por fim, o aumento de custos na produção, como alta de impostos, excesso de dívidas e salários mais altos, é um fator que influencia na inflação. Esse índice diminui quando o mercado segue o caminho oposto.
3. O que é IPCA?
A sigla significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. O indicador é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O índice de preços é coletado com informações de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionárias de serviços públicos e internet, do dia 1º ao 30 de cada mês.
O IPCA considera o reajuste nos preços para as famílias com renda entre um e 40 salários mínimos em dez regiões metropolitanas e 16 capitais brasileiras. É o índice considerado pelo governo para indicar a inflação geral do país, e por isso é conhecido como "inflação oficial". Existem vários outros índices de inflação, cada um voltado para um segmento específico da economia.
4. O que acontece com a inflação alta?
A elevação da inflação faz com o que o preço de produtos, como alimentos e combustíveis, aumente. O poder de compra do brasileiro diminui com a desvalorização da moeda. Ou seja, você precisa de mais dinheiro para comprar o mesmo produto.
5. Como reduzir a inflação?
Há uma série de ações que o governo toma para controlar a inflação. No curto prazo, a política de juros do Banco Central é a opção mais lembrada. Quando o BC aumenta os juros, por exemplo, o crédito fica mais caro, as pessoas tenderiam a comprar menos, e as empresas baixariam os preços porque os produtos não estão sendo vendidos -pelo menos em tese.
No longo prazo, a expansão da capacidade produtiva aumenta a oferta de produtos e diminui o preço destes.
O Brasil adota uma série de medidas para manter a inflação baixa. O CMN (Conselho Monetário Nacional) define a meta e o Banco Central deve adotar as medidas para alcançar esse objetivo. Para 2021, a meta da inflação foi estipulada em 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (pode ir de 2,25% a 5,25%).
6. Qual a inflação de 2021?
Em agosto, o IPCA foi a 0,87%, puxado pela alta no preço dos combustíveis, e chegou ao maior resultado para agosto desde 2000. No acumulado do ano, o indicador acumula alta de 5,99%; na soma dos 12 últimos meses, o índice chegou a 9,68%.
Veja perguntas no Google sobre como economizar
1. Como economizar energia?
2. Como economizar dinheiro?
3. Como economizar água?
4. Como economizar combustível?
5. Como economizar energia elétrica?
6. Como economizar água?
7. Como economizar gasolina?
8. Como economizar dinheiro todo mês?
9. Como economizar bateria?
10. Como economizar com frete?
Questões feitas no Google sobre aumentos de produtos
1. Por que o preço da gasolina subiu?
2. Por que o preço da Netflix aumentou?
3. Por que o preço da gasolina não baixa?
4. Por que o preço do gás sobe tanto?
5. Por que o preço da carne subiu?
6. Por que o preço da gasolina é tão alto no Brasil?
7. Por que subiu o preço dos grãos?
8. Por que o preço dos combustíveis aumenta?
9. Por que o preço de tudo aumenta?
10. Quem aumenta o preço dos alimentos?
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.