Empresa cria dieta para boi reduzir arroto e pum e melhorar efeito estufa
A JBS, segundo maior grupo de frigoríficos do mundo, anunciou que vai oferecer uma dieta especial ao seu rebanho para que bois e vacas produzam menos arrotos e puns e reduzam a emissão de metano, um gás causador de efeito estufa.
O frigorífico fez uma parceria com a DSM, empresa de nutrição animal, criadora de um suplemento alimentar que promete reduzir os arrotos e as flatulências dos animais.
O plano foi anunciado logo depois de representantes de 96 países assinarem o Compromisso Global sobre Metano, para a redução de emissões de metano, durante a COP26, em Glasgow, na Escócia. O objetivo do acordo é reduzir 30% das emissões globais de metano até 2030, em comparação com as emissões registradas em 2020.
Brasil é primeiro país a aprovar suplemento
Em nota, a DSM afirmou que o suplemento demorou mais de 10 anos para ser desenvolvido e aprovado e foram feitos 45 testes de longa duração em fazendas de 13 países em quatro continentes.
Segundo a empresa, 48 estudos científicos foram publicados e, no começo de setembro deste ano, o Brasil foi o primeiro país a conceder aprovação regulatória para o produto.
De acordo com a DSM, o suplemento, adicionado à alimentação do animal, reduz em até 90% as emissões de metano. A empresa informou que, com um quarto de colher de chá do aditivo por dia, o organismo do animal consegue inibir a enzima que ativa a produção de gás no estômago, e que o produto tem efeito imediato. Mas, se o uso for interrompido, a emissão de gases é retomada integralmente.
Segundo a JBS, inicialmente, o suplemento será oferecido apenas para bois confinados no Brasil e, em seis meses, para os rebanhos que a empresa tem na Austrália e nos Estados Unidos.
Pecuária e efeito estufa
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pecuária representa a segunda maior fonte de produção de gases de efeito estufa no Brasil, depois do setor de energia.
Segundo a Embrapa, um boi libera, em média, 60 quilos de metano por ano através do arroto (90%) e de flatulências (10%). Para se ter uma ideia, um carro 1.0 precisa rodar 3.500 km para produzir a mesma quantidade de poluentes.
O rebanho brasileiro, em 2020, tinha 218,2 milhões de cabeças, diz o IBGE.
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