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Armínio Fraga critica elite que 'abraçou' Dilma e Bolsonaro: 'Chapa-branca'

Armínio Fraga diz que não peretende "se engajar" nas campanhas eleitorais de 2022 - Mauro Pimentel-11.nov.2015/Folhapress
Armínio Fraga diz que não peretende "se engajar" nas campanhas eleitorais de 2022 Imagem: Mauro Pimentel-11.nov.2015/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

06/12/2021 08h51

O economista Armínio Fraga, ex-presidente do BC (Banco Central) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, disse que parte da elite brasileira é chapa-branca.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Fraga citou especificamente quem apoiou tanto o atual Governo comandado por Jair Bolsonaro (PL) como o da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para sustentar sua opinião.

"A conclusão inescapável é que as elites, com exceções, têm sido chapa-branca, curto-prazistas, oportunistas, na verdade um obstáculo ao desenvolvimento do País. Parte dessa "elite" abraçou a Dilma e o Bolsonaro. Ambos tiveram, até um determinado momento, apoio substancial das elites empresariais", disse, ao ser questionado se a elite empresarial vivia numa bolha e fazia vista grossa à realidade do Brasil.

Na avaliação do economista, este apoio pode ser explicado pela preferência de parte da economia a um modelo baseado em subsídios.

"Isso casa com o que parece ser uma obsessão suicida de voltar a um modelo de economia fechada, com subsídios abundantes, pouco respeito à previsibilidade, ao equilíbrio macroeconômico e à desigualdade. É como se a gente não aprendesse", disse.

Eleições 2022

Armínio Fraga ainda reafirmou, na entrevista, que não pretende se engajar nas campanhas eleitorais do Brasil. Porém, deixou em aberto a possibilidade de colaborar em um eventual governo que tenha pontos comuns com o seu pensamento.

"De certo, digo que não pretendo me engajar em nenhuma campanha. Tenho tido a chance de conversar com muita gente e consideraria dar uma colaboração num governo onde haja chance de as ideias nas quais eu acredito serem postas em prática com algum sucesso", disse.

Em sua avaliação, a economia terá um papel preponderante nas próximas eleições "em função do sofrimento e das dificuldades que o País vem enfrentando desde 2014."

"Não será o único assunto, as questões identitárias ganharão cada vez mais espaço. Mas tem muito assunto que depende de dinheiro", disse.