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Prefeito de SP: Tarifa aumentará em 2022 se sistema de transporte colapsar

Colaboração para o UOL, em Brasília

27/12/2021 13h51

A prefeitura de São Paulo decidiu não aumentar o preço da passagem de ônibus até fevereiro de 2022, mas a gestão municipal depende do governo federal para manter o valor atual, de R$ 4,40. As declarações foram dadas hoje pelo prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).

"A gente vai fazer todos os esforços para não aumentar. Eu só irei aumentar a tarifa se estiver numa situação que vai colapsar o sistema de transporte. Mas hoje a gente está em um momento de estudo, de aguardo na tentativa máxima de não aumentar a tarifa", disse Nunes em entrevista a jornalistas.

O prefeito lembrou que, atualmente, o gasto com combustível responde por 20% do preço da passagem. Em outubro de 2011, os ônibus levaram 250 mil passageiros. Em outubro deste ano, pouco mais de 160 mil —queda de 35% em 10 anos.

"A posição de hoje é que iremos tentar segurar o máximo possível até que venha ajuda do governo federal. É uma situação difícil para todos os municípios... São 65% de aumento no diesel, que representam 20% do custo do transporte. A prefeitura por enquanto vai segurara até que a gente possa ter uma ação do governo federal", disse.

Nunes afirmou que conversa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), sobre a possibilidade de votar projeto de lei para que o governo federal arque com as gratuidades do transporte público na cidade. Atualmente, cerca de 30 milhões de passageiros que têm direito ao benefício, como idosos e pessoas portadoras de deficiência física.

Segundo ele, há a possibilidade de não reajustar o valor da passagem desde que encontre uma alternativa financeira viável, mas que é necessário ter responsabilidade para não colapsar o sistema, tirando linhas de circulação e deixando pessoas sem ônibus.

Caso a prefeitura decida manter o valor da passagem congelado terá que arcar com esse custo, aumentando subsídios. O subsídio pago pela prefeitura de SP às empresas de ônibus em 2021 foi R$ 3,3 bilhões. O valor do repasse no primeiro semestre foi R$ 461 milhões maior que o do primeiro semestre de 2020.

SPTrans: aumento para R$ 5,10

A Secretaria de Transportes de São Paulo e a SPTrans afirmaram na semana passada que a tarifa de ônibus deveria ser reajustada para, no mínimo, R$ 5,10 a fim de corrigir a inflação dos dois últimos anos. Atualmente, a tarifa custa R$ 4,40.

De acordo com a SPTrans, a cada R$ 0,10 na tarifa básica, a receita tarifária aumenta R$ 104 milhões nos primeiros 12 meses. Segundo os cálculos, o custo total do sistema de transporte é de R$ 8,71 por passageiro, sendo R$ 7,96 gastos na operação da frota de veículos (mão de obra, combustível, investimentos e outros) e R$ 0,74 gastos em infraestrutura do sistema de transporte (terminais, comercialização e gestão).

Maior piscinão da Grande SP

As falas de Nunes ocorreram em entrevista a jornalistas durante visita às obras do piscinão Jaboticabal, na Região Metropolitana de São Paulo nesta segunda-feira. O governo de São Paulo informou hoje o início das obras do reservatório da Região Metropolitana de São Paulo. A estrutura será construída entre os Ribeirões dos Meninos e dos Couros, na divisa entre os municípios de São Paulo, São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo.

Segundo o governo do Estado, o objetivo da intervenção é minimizar os impactos das chuvas na capital e na região do Grande ABC. "Os trabalhos serão executados pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica e receberão investimento de R$ 237,9 milhões provenientes do Estado, dos quais R$ 131,9 milhões serão destinados às obras e outros R$ 106 milhões às desapropriações da área", disse o governo em nota.

O primeiro dia de obras foi acompanhado pelo governador em exercício, Rodrigo Garcia. "Estamos fazendo aqui o maior piscinão do Estado de São Paulo. É uma obra bancada integralmente com recursos do Governo de SP, que vai resolver um grande problema no momento das enchentes na região do Grande ABC", afirmou Garcia.

Desde junho, o governo aguardava decisão judicial acerca da desapropriação de parte da área próxima ao km 13 da Rodovia Anchieta. A imissão na posse ocorreu em dezembro de 2021.