Rússia limita saque de cidadãos em moeda estrangeira a 10 mil dólares
O Banco Central da Rússia anunciou hoje uma série de medidas para dar suporte à economia nacional em meio à guerra com a Ucrânia. Dentre elas, o banco disse que não permitirá saques em moedas estrangeiras, apenas em dólar. As informações são da agência russa RIA.
Os cidadãos e moradores russos poderão sacar somente em dólar e, mesmo assim, cada um poderá resgatar, no máximo, US$ 10 mil em espécie. Todas as mudanças anunciadas hoje valerão a partir de amanhã, até 9 de setembro.
"Nos bancos russos, cerca de 90% das contas em moeda estrangeira não excedem o montante de US$ 10 mil, o que significa que 90% dos detentores de depósitos ou contas em moeda estrangeira poderão receber integralmente os seus fundos em numerário", afirmou o Banco Central.
Apesar disso, os russos poderão manter fundos em depósitos ou contas em outras moedas estrangeiras. Os juros aplicados em depósitos serão acumulados, como habitualmente, na moeda em que o depósito foi aberto.
Antes deste anúncio, os cidadãos da Rússia já estavam correndo para os bancos —não só pelas incertezas geradas pela guerra, mas pelas sanções econômicas internacionais que o país vem sofrendo.
Semana passada, a UE (União Europeia) anunciou a exclusão de sete bancos do sistema Swift. O Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Mundial) é um sistema bancário internacional, criado na Bélgica em 1973, que permite a padronização de informações financeiras e transferências de recursos entre bancos ao redor do mundo.
O bloqueio contra os bancos russos entrará em vigor a partir do dia 12 de março.
De acordo com especialistas, a exclusão significa um retrocesso para a economia russa. Isso porque o país terá agora de negociar diretamente o sistema de pagamento com o parceiro comercial, seja por e-mail, telefone ou por um sistema próprio.
Hoje, a Rússia sofreu mais uma forte sanção. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que irá suspender as importações de petróleo, gás e energia da Rússia, como sanção pela invasão da Ucrânia. Logo após o anúncio, o governo de Vladimir Putin comunicou que irá restringir a exportação e importação de alguns produtos e matérias-primas até o final deste ano
"Os Estados Unidos vão mirar na principal artéria da economia da Rússia. Isso significa que o petróleo russo não será mais aceito nos portos norte-americanos", disse em pronunciamento.
O Reino Unido também anunciou que irá eliminar gradativamente as importações de petróleo e derivados até o final do ano.
A perspectiva de que os Estados Unidos, o maior consumidor mundial da commodity, vá prescindir da extração russa elevou o preço do barril Brent acima dos US$ 130 (equivalente a cerca de R$ 662), o maior valor nominal em 14 anos.
Suporte a empresas
O banco central mais do que dobrou sua taxa de juros a 20% e forneceu liquidez extra aos bancos, e o governo adotou medidas de suporte, mas o rublo despencou e ativos como títulos foram liquidados.
Em comunicado no aplicativo de mensagens Telegram, o banco central afirmou que suas novas medidas incluem adaptar as exigências regulatórias a novas condições econômicas, abrir mão de penalidades a algumas violações regulatórias se estiverem ligadas à atual situação do mercado e ampliação do prazo para agentes do mercado implementarem algumas regras.
A autoridade monetária acrescentou que as medidas fazem parte de esforços para reduzir o fardo regulatório e de supervisão.
Negociações suspensas
O banco central da Rússia decidiu manter a maior parte das negociações do mercado de ações na Bolsa de Valores de Moscou suspensa novamente na quarta-feira, mantendo apenas uma gama limitada de operações, informou em comunicado nesta terça.
O mercado de moeda estrangeira reabrirá às 10h do horário local (4h em Brasília), reduzindo a sessão da manhã, adicionou.
O banco central restringiu a negociação de ações durante toda a semana passada, depois que o Ocidente lançou severas sanções econômicas contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
*Com Reuters
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.