Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Rússia limita saque de cidadãos em moeda estrangeira a 10 mil dólares

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/03/2022 20h12Atualizada em 09/03/2022 08h12

O Banco Central da Rússia anunciou hoje uma série de medidas para dar suporte à economia nacional em meio à guerra com a Ucrânia. Dentre elas, o banco disse que não permitirá saques em moedas estrangeiras, apenas em dólar. As informações são da agência russa RIA.

Os cidadãos e moradores russos poderão sacar somente em dólar e, mesmo assim, cada um poderá resgatar, no máximo, US$ 10 mil em espécie. Todas as mudanças anunciadas hoje valerão a partir de amanhã, até 9 de setembro.

"Nos bancos russos, cerca de 90% das contas em moeda estrangeira não excedem o montante de US$ 10 mil, o que significa que 90% dos detentores de depósitos ou contas em moeda estrangeira poderão receber integralmente os seus fundos em numerário", afirmou o Banco Central.

Apesar disso, os russos poderão manter fundos em depósitos ou contas em outras moedas estrangeiras. Os juros aplicados em depósitos serão acumulados, como habitualmente, na moeda em que o depósito foi aberto.

Antes deste anúncio, os cidadãos da Rússia já estavam correndo para os bancos —não só pelas incertezas geradas pela guerra, mas pelas sanções econômicas internacionais que o país vem sofrendo.

Semana passada, a UE (União Europeia) anunciou a exclusão de sete bancos do sistema Swift. O Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Mundial) é um sistema bancário internacional, criado na Bélgica em 1973, que permite a padronização de informações financeiras e transferências de recursos entre bancos ao redor do mundo.

O bloqueio contra os bancos russos entrará em vigor a partir do dia 12 de março.

De acordo com especialistas, a exclusão significa um retrocesso para a economia russa. Isso porque o país terá agora de negociar diretamente o sistema de pagamento com o parceiro comercial, seja por e-mail, telefone ou por um sistema próprio.

Hoje, a Rússia sofreu mais uma forte sanção. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que irá suspender as importações de petróleo, gás e energia da Rússia, como sanção pela invasão da Ucrânia. Logo após o anúncio, o governo de Vladimir Putin comunicou que irá restringir a exportação e importação de alguns produtos e matérias-primas até o final deste ano

"Os Estados Unidos vão mirar na principal artéria da economia da Rússia. Isso significa que o petróleo russo não será mais aceito nos portos norte-americanos", disse em pronunciamento.

O Reino Unido também anunciou que irá eliminar gradativamente as importações de petróleo e derivados até o final do ano.

A perspectiva de que os Estados Unidos, o maior consumidor mundial da commodity, vá prescindir da extração russa elevou o preço do barril Brent acima dos US$ 130 (equivalente a cerca de R$ 662), o maior valor nominal em 14 anos.

Suporte a empresas

O banco central mais do que dobrou sua taxa de juros a 20% e forneceu liquidez extra aos bancos, e o governo adotou medidas de suporte, mas o rublo despencou e ativos como títulos foram liquidados.

Em comunicado no aplicativo de mensagens Telegram, o banco central afirmou que suas novas medidas incluem adaptar as exigências regulatórias a novas condições econômicas, abrir mão de penalidades a algumas violações regulatórias se estiverem ligadas à atual situação do mercado e ampliação do prazo para agentes do mercado implementarem algumas regras.

A autoridade monetária acrescentou que as medidas fazem parte de esforços para reduzir o fardo regulatório e de supervisão.

Negociações suspensas

O banco central da Rússia decidiu manter a maior parte das negociações do mercado de ações na Bolsa de Valores de Moscou suspensa novamente na quarta-feira, mantendo apenas uma gama limitada de operações, informou em comunicado nesta terça.

O mercado de moeda estrangeira reabrirá às 10h do horário local (4h em Brasília), reduzindo a sessão da manhã, adicionou.

O banco central restringiu a negociação de ações durante toda a semana passada, depois que o Ocidente lançou severas sanções econômicas contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.

*Com Reuters