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Coca-Cola, Pepsi, McDonald's e Starbucks suspendem atividades na Rússia

Músicos russos vestidos tradicionalmente se apresentam em frente ao restaurante McDonald"s mais movimentado do mundo na Praça Pushkin em Moscou - AFP
Músicos russos vestidos tradicionalmente se apresentam em frente ao restaurante McDonald's mais movimentado do mundo na Praça Pushkin em Moscou Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo*

08/03/2022 15h25Atualizada em 08/03/2022 21h17

A Coca-Cola, a Pepsi, o McDonald's, a Starbucks e a L'Oréal anunciaram, nesta terça-feira (8), a suspensão de suas atividades na Rússia por causa da guerra do país comandado por Vladimir Putin com a Ucrânia.

"Nossos corações estão com as pessoas que estão sofrendo os efeitos inconcebíveis desses trágicos eventos na Ucrânia. Continuaremos a monitorar e avaliar a situação à medida que as circunstâncias evoluem", disse a Coca-Cola em comunicado.

Concorrente da Coca-Cola, a Pepsico, fabricante do refrigerante Pepsi e outras bebidas, anunciou sua saída através de uma carta escrita pelo CEO da empresa, Ramon Laguarta. Nela, Laguarta diz que a marca está há mais de 60 anos na Rússia.

"A Pepsi-Cola entrou no mercado no auge da Guerra Fria e ajudou a criar um terreno comum entre os Estados Unidos e a União Soviética. No entanto, devido aos terríveis eventos ocorridos na Ucrânia, anunciamos a suspensão da venda da Pepsi-Cola e de nossas marcas globais de bebidas na Rússia, incluindo 7Up e Mirinda. Também suspenderemos os investimentos de capital e todas as atividades publicitárias e promocionais na Rússia", anunciou Laguarta.

O CEO afirma que é preciso "permanecer fiel ao aspecto humanitário" da empresa. Ele fala dos 20 mil funcionários que a empresa tem no país, além dos 40 mil trabalhadores rurais russos que se conectam a eles na produção de suprimentos.

"Isso significa que temos a responsabilidade de continuar a oferecer nossos outros produtos na Rússia, incluindo itens essenciais diários, como leite e outras ofertas de laticínios, fórmulas infantis e alimentos para bebês", disse Laguarta.

McDonald's

O McDonald's anunciou a interrupção das operações e o fechamento temporário de todos os seus restaurantes no país. O anúncio da decisão foi feito pelo CEO da rede de fast food, Chris Kempczinski, em um e-mail enviado hoje para todos os funcionários e unidades do restaurante.

No comunicado, Kempczinski diz que o McDonald's atende milhões de clientes na Rússia, mas que os valores da empresa dizem que ela não pode "ignorar o sofrimento humano desnecessário que se desenrola na Ucrânia".

"Essa filosofia é consagrada como um dos nossos cinco valores orientadores", disse o CEO.

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Ainda de acordo com o comunicado, "o McDonald's continuará avaliando a situação e determinando se são necessárias medidas adicionais".

"Neste momento, é impossível prever quando poderemos reabrir nossos restaurantes na Rússia. Estamos passando por interrupções em nossa cadeia de suprimentos, juntamente com outros impactos operacionais. Também acompanharemos de perto a situação humanitária", completou Kempczinski.

Segundo a empresa, o McDonald's emprega 62 mil pessoas na Rússia e já está há mais de 30 anos no país. Mas apesar das suspensões das atividades no país, os funcionários continuarão recebendo seus salários.

Conhecido mundialmente como uma das maiores redes de fast food, a entrada do McDonald's, que é americano, foi um grande marco por ser um retrato do avanço do Ocidente em território russo.

Starbucks e L'Oréal

A gigante do ramo do café Starbucks informou que está suspendendo todas as atividades comerciais no país, além de cancelar o envio de produtos administrados por um licenciado. A empresa garantiu que o Alshaya Group, que tem sede no Kuwait, e opera ao menos 100 unidades do Starbucks na Rússia, "fornecerá apoio aos quase 2 mil parceiros na Rússia que dependem da Starbucks para sua subsistência".

Ao falar do afastamento de seus negócios na Rússia, a L'Oréal citou os 326 funcionários ucranianos "cujas vidas foram literalmente viradas de cabeça para baixo". A marca francesa de cosméticos disse que o fechamento de suas lojas no país comandado por Putin segue o que prega a França e a União Europeia.

"Decidimos fechar temporariamente todas as nossas lojas administradas diretamente, bem como os balcões administrados diretamente em lojas de departamento e suspendemos todos os investimentos industriais e publicitários nacionais. Também tomamos a decisão de fechar temporariamente os sites de comércio eletrônico de nossas marcas na Rússia", afirmou a empresa, em comunicado.

A L'Oréal afirma estar acompanhando a situação de seus 2.200 funcionários russos.

"O nosso comitê de crise, permanentemente mobilizado desde o início desta guerra, está em contato diário com as nossas equipas no terreno e continuará a adaptar a nossa resposta à evolução da situação", acrescentou.

Várias outras grandes empresas multinacionais já fecharam seus negócios na Rússia, entre elas a Nike, Boeing, Apple e Ford. Veja aqui a lista completa.

* Com informações da Reuters