Pires já disse que não tinha como Petrobras não subir preço de combustíveis
Indicado para o cargo de novo presidente da Petrobras, o economista Adriano Pires afirmou que "pior que preço alto é o desabastecimento", durante entrevista à CNN Brasil, realizada há cerca de duas semanas, ao comentar o último aumento de até 25% nos preços dos combustíveis promovido pela companhia.
A Petrobras não tinha como não aumentar, porque a defasagem de preços estava muito grande entre o mercado interno e o externo. O país importa 30% do que é consumido de derivados de petróleo. Se a defasagem é muito grande, ninguém importa (...) Pior que o preço alto é desabastecimento.
Adriano Pires, em entrevista à CNN Brasil
"Agora, se o governo não queria que a Petrobras anunciasse um aumento tão elevado, teria que adotar política que chegou a ser discutida, que é um plano de emergência parecido com o que o governo Temer fez na greve dos caminhoneiros de 2018, um pedido de crédito extraordinário por meio de Medida Provisória, com duração de 3 a 6 meses, dependendo do desenrolar da guerra", completou, na ocasião.
Pires foi indicado ao cargo de presidente da Petrobras no lugar do general Silva e Luna, que foi informado hoje sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de tirá-lo do cargo.
Em nota, o Ministério das Minas e Energia afirma que consolidou a relação de indicados do Acionista Controlador, no caso o governo, para compor o Conselho de Administração da Petróleo Brasileiro e informa que a mudança será validada pela Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá em 13 de abril de 2022.
O ministério informou ainda que Bolsonaro indicou Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, para o exercício da Presidência do Conselho de Administração.
Silva e Luna passou por "fritura"
O fato de o mandato de Silva e Luna ser até março de 2023, segundo apuração do UOL, não impede a troca. O chefão da companhia vinha passando por um processo de "fritura" por causa do aumento dos combustíveis.
Apesar de Bolsonaro ter feito diversas manifestações públicas a respeito do general, alguns auxiliares de Bolsonaro, principalmente os da ala militar, tentaram orientá-lo a não efetuar a troca, sob o argumento de que a figura do presidente da estatal não tem controle dos preços. Bolsonaro, no entanto, tomou a decisão nesta segunda-feira (28) e informou a Silva e Luna.
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