Dinheiro 'esquecido': 1,3 mil contas têm mais de R$ 100 mil a receber
O caso do cliente que sacou R$ 1,65 milhão que estava "esquecido" em cotas de consórcio não é o único. Além dele, que foi o maior montante resgatado, 1.370 contas tem valores acima de R$ 100 mil disponíveis para saque no sistema de Valores a Receber.
De acordo com boletim do Banco Central (BC) desta quarta-feira (30), isso se equivale a 0,004% do total, mas equivale a R$ 298,4 milhões.
Há casos em que um só CPF pode ter mais de um valor à disposição para resgate. Por isso, a quantidade total na tabela informada pelo Banco Central (32,7 milhões de casos) é maior do que o número de pessoas físicas beneficiadas (27,5 milhões).
Maioria dos casos tem até R$ 1
De outro modo, a maioria dos valores disponíveis para saque está entre R$ 0 e R$ 1.
São cerca de 14 milhões de casos com essa faixa, que representam 42,7% do total de valores a receber. Quando somadas, essas contas representam uma "bolada" de R$ 5,1 milhões.
Veja a lista:
- Entre R$ 10 mil e R$ 100 mil - 36,5 mil casos que somam R$ 876,5 milhões.
- Entre R$ 1 mil e R$ 10 mil - 366,8 mil dos casos, que somam R$ 982,4 milhões.
- Entre R$ 100 a R$ 1000 - 2,8 milhões dos casos, que somam R$ 858,5 milhões.
- Entre R$ 10 e R$ 100 - 6,7 milhões dos casos, que somam R$ 266,6 milhões.
- Entre R$ 1 e R$ 10 - 8,8 milhões de casos, que somam R$ 36,8 milhões.
Entre a última segunda-feira (28) e o dia 16 de abril, está em andamento um novo ciclo para consultar e resgatar os recursos do sistema de Valores a Receber.
O agendamento nesse intervalo acontece de maneira escalonada, de acordo com a data de nascimento ou a data de abertura da pessoa jurídica.
Quem pode receber os valores do sistema?
Na etapa vigente, os resgates podem ser feitos por pessoas que têm valores a receber correspondentes a:
- Contas-correntes ou de poupança encerradas, com saldo disponível.
- Tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas de forma indevida, com a condição de que a devolução esteja prevista em Termo de Compromisso assinado pelo banco junto ao Banco Central.
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito.
- Valores ainda não procurados relativos a grupos de consórcio já encerrados.
Quando será a nova fase para consulta?
De acordo com o Banco Central, depois que esse ciclo de agendamento for encerrado, a partir do dia 17 de abril, o sistema vai passar por uma reformulação. A próxima consulta só poderá ser realizada a partir do dia 2 de maio, mas não será mais necessário agendar o resgate.
O sistema vai dispor de novos dados encaminhados pelas instituições financeiras. Assim, mesmo quem já tenha retirado valores ou quem não tinha quantia a receber na primeira etapa pode consultar novamente.
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