Ex-conselheiro da Petrobras: 'Instabilidade prejudica 700 mil investidores'
O advogado Leonardo Pietro Antonelli, integrante do Conselho de Administração da Petrobras entre 2020 e 2021 e hoje representante de minoritários, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que 700 mil acionistas sofrem com a instabilidade existente na estatal, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, as mudanças impactam os investimentos e o valor de mercado da empresa.
Ontem, a Petrobras informou que recebeu as desistências do economista Adriano Pires, para o cargo da presidência da estatal, e do empresário Rodolfo Landim, para a vaga da liderança do Conselho de Administração da empresa.
Joaquim Silva e Luna indicou que só sairá do comando da Petrobras quando o seu sucessor for definido. Em entrevista à CNN, o general — demitido por Bolsonaro em 28 de março — diz que permanecerá no cargo até que uma solução definitiva seja apresentada é uma forma de proteger a empresa.
"As mudanças impactam, externamente, no valor da companhia na Bolsa e, internamente, na instabilidade no cumprimento do planejamento estratégico aprovado. Se compararmos o fato político do dia com o gráfico das ações, eles caminham parelhos. A governança tem demonstrado musculatura. Os dois últimos presidentes resistiram", afirmou Antonelli.
Questionado se é um risco para os acionistas o governo fazer mudanças nas indicações do conselho cada vez mais perto da assembleia, marcada para o próximo dia 13, o advogado respondeu que "sem dúvidas".
Isso não atende ao melhor interesse da companhia e, muito menos dos acionistas, inclusive o próprio governo federal. A Petrobras é uma sociedade de economia mista, em que o controlador ainda é a União. Ser controlador significa deter mais de 50% das ações com direito a voto. E isso o governo possui. Porém, o capital da Petrobras pertence majoritariamente (64%) aos acionistas privados. Isso significa dizer que a instabilidade existente prejudica outros 700 mil investidores. Falta uma comunicação eficaz Leonardo Antonelli, em entrevista ao jornal O Globo
Na noite de ontem, em uma carta enviada ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Adriano Pires afirmou que não poderia conciliar o cargo na Petrobras com as atividades de consultoria para empresas do setor. Ele afirma ainda que não ter tempo hábil para se desvincular de suas outras atividades.
Conforme mostrou a colunista do UOL Carla Araújo, a situação do economista vinha forçando o governo a procurar novos nomes porque relatórios internos da estatal apontavam dificuldades para que o nome dele fosse aprovado na reunião do Conselho da empresa.
Segundo uma fonte do Planalto ouvida pela coluna, o presidente deve ouvir alguns conselheiros e aliados antes de uma decisão, mas cabe oficialmente ao ministro Bento apresentar as novas opções.
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