IPCA
0,83 Mai.2024
Topo

Petrobras confirma desistências de Pires e Landim a presidência e conselho

Fachada da sede da Petrobras - Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo
Fachada da sede da Petrobras Imagem: Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

04/04/2022 21h41

A Petrobras informou que recebeu hoje as desistências do economista Adriano Pires, para o cargo da presidência da estatal, e do empresário Rodolfo Landim, para a vaga da liderança do Conselho de Administração da empresa.

"A companhia esclarece que, até o momento, não recebeu informações do Ministério das Minas e Energia acerca das substituições dos indicados", disse, em nota.

Na noite de hoje, em uma carta enviada ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Pires afirmou que não poderia conciliar o cargo na Petrobras com as atividades de consultoria para empresas do setor. Ele afirma ainda que não ter tempo hábil para se desvincular de suas outras atividades.

Ficou claro para mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da Presidência da Petrobras. Iniciei imediatamente os procedimentos para me desligar do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria que fundei há mais de 20 anos e hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo
Adriano Pires em carta para Bento Albuquerque

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP- AL), defendeu a indicação de Adriano Pires para o comando da Petrobras e debochou do possível conflito de interesses pelo fato do economista já ter atuado na iniciativa privada.

"A crítica agora é que o presidente da Petrobras prestou consultoria a uma empresa privada. Eu não posso ter trabalhado na iniciativa privada? Só pode funcionário público? Então tem que pegar um arcebispo, um almirante, para ser da Petrobras? A gente tem um falso moralismo, um julgamento precipitado que só atrapalha o nosso país", disse.

Já Landim afirmou que precisa se concentrar no Flamengo, time que preside e perdeu o campeonato carioca no sábado (2).

Enquanto isso, Joaquim Silva e Luna indicou hoje que só sairá do comando da Petrobras quando o seu sucessor for definido. Em entrevista à CNN, o general —demitido por Jair Bolsonaro (PL) em 28 de março— diz que permanecer no cargo até que uma solução definitiva seja apresentada é uma forma de proteger a empresa.

"Na vida, temos que fazer escolhas. Entendo que, neste momento, o bem a ser tutelado é a empresa. Deixo o amor-próprio de lado e entrego [o cargo] no tempo que for melhor para a imagem, reputação e continuidade dos trabalhos da Petrobras", afirmou o ex-presidente da estatal.