Bacalhau fica 11,5% mais caro nesta Páscoa; veja outros aumentos
O almoço de Páscoa está mais "salgado" neste ano, e não é só por causa dos ingredientes típicos da data. O preço do bacalhau — um dos ingredientes típicos para a data — está 11,5% mais caro em 2022, se comparado ao ano anterior. Batata-inglesa, azeite e azeitona em conserva, que também fazem parte da receita, estão 18,4%, 15,6% e 14,4% mais caros. Os dados são de um levantamento feito pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), divulgado nesta semana. Os percentuais superam a inflação do período, que ficou em 11,3% nos últimos 12 meses.
A vantagem está no preço do arroz, que caiu 12,2% em relação à Páscoa passada, após uma alta de 60% no período anterior.
"A pesquisa não mostra, em definitivo, a elevação dos itens de Páscoa que o consumidor vai encontrar. Só medimos o que aconteceu com os preços dessa cesta específica nos últimos 12 meses, até março deste ano. Além do aumento já registrado, os preços desses itens tradicionais pode subir mais ainda, dada a pressão sazonal da demanda às vésperas da Semana Santa", analisa Matheus Peçanha, economista e pesquisador da FGV.
Com o impacto da redução do preço do arroz, a cesta total analisada pela FGV teve aumento de 9,79%.
Ovo de Páscoa x barras de chocolate
Uma pesquisa do Procon de São Paulo aponta que o quilo do ovo de Páscoa está custando quase três vezes mais do que a mesma quantidade de chocolate em barra. Se vier com brinde, a diferença pode ser de cinco vezes mais.
Os dados mostram que o preço médio de um quilo de ovo de Páscoa simples (sem nenhum acessório ou brinquedo) é de R$ 214,96, enquanto os mais sofisticados (com brindes inclusos) chegam a R$ 394,65. Já o quilo dos bombons sai por R$ 124,81 e as barras, por R$ 77,27 o quilo.
Menos bacalhau, mais chocolate
A queda da cotação do dólar — e a consequente valorização do real — impactou na quantidade de bacalhau importado. Este ano, a queda foi de 17%, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) apurados pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
Já a quantidade importada de chocolates somou este ano 1,43 mil toneladas, com expansão de 8% em relação ao ano passado. O aumento não foi suficiente, contudo, para igualar as compras de 2019 (1,87 mil toneladas). Os preços dos chocolates subiram 8,5%, com desaceleração ante os 8,8% registrados na mesma época de 2021.
"A queda nas importações de bacalhau, na contramão do aumento das quantidades importadas de produtos à base de chocolates, é um indício de que o varejo está apostando na melhor saída de produtos mais baratos a partir da aceleração dos índices gerais de preços", informou a CNC.
A cesta de bens e serviços medida pela CNC sinaliza que todos os oito itens da Páscoa deverão estar mais caros 7% que na Páscoa de 2021 (5,2%). Essa é a maior alta desde 2016, quando a cesta subiu 10,3%.
Faturamento
De acordo com o levantamento da CNC, apesar da valorização do real, a elevada inflação no país deverá fazer com que o varejo nacional tenha vendas nesta Páscoa com aumento real, isto é, descontada a inflação, de apenas 1,9%, comparativamente à Páscoa de 2021, totalizando R$ 2,16 bilhões.
O gasto médio com as compras dos presentes deve ficar em torno dos R$ 120, com elevação de R$ 11 em comparação ao mesmo período de 2021. O resultado é que a movimentação financeira no estado do Rio de Janeiro com as compras de Páscoa será de R$ 459 milhões em 2022, número superior aos R$ 435 milhões do ano passado.
*Com Agência Brasil
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